Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A dívida líquida do setor público somou R$ 1,491 trilhão em fevereiro, com aumento de R$ 15,3 bilhões em relação à dívida de janeiro. Esse acréscimo decorre basicamente da valorização de 0,73% do real em relação ao dólar no mês passado, afirmou hoje (31) o chefe interino do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Túlio Maciel.
Ao apresentar o Relatório de Política Fiscal relativo a fevereiro, ele disse que “quando o real se valoriza, aumenta a percentagem da dívida em relação ao PIB [Produto Interno Bruto]”, soma das riquezas produzidas no país, estimadas pelo BC em R$ 3,376 bilhões nos últimos 12 meses, em valores correntes.
O crescimento nominal da dívida fez com que a relação dívida/PIB aumentasse 0,1 ponto percentual e passasse de 39,8%, em janeiro, para 39,9%, no mês passado. No bimestre, porém, houve queda em relação aos 40,2% de dezembro. Maciel ressaltou que a tendência é de redução, e a expectativa é que esse percentual caia para 37,8% no final deste ano.
Segundo ele, a queda da relação dívida/PIB no bimestre é efeito do crescimento corrente do próprio PIB e do superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida), que somou R$ 25,661 bilhões no primeiro bimestre, ou 33,24% a mais que o superávit registrado em igual período do ano passado.
Maciel considerou que o superávit está em um nível confortável, o que reforça a confiança da equipe econômica quanto ao cumprimento da meta de R$ 117,9 bilhões no final do ano, equivalentes a 2,9% do PIB. Segundo suas contas, os R$ 25,661 bilhões equivalem a 21,8% da meta. Melhor, portanto, que as equivalências de 15,2% em 2010 e de 13,5% em 2009.
O Relatório de Política Fiscal mostra que a dívida bruta do governo geral, incluindo estados e municípios, é bem mais alta e somou R$ 2,083 trilhões em fevereiro, equivalente a 55,8% do PIB. A dívida bruta cresceu R$ 24,5 bilhões no mês passado, por causa do aumento da dívida mobiliária (títulos públicos) em mercado. Maciel acredita que a relação com o PIB deve cair para 55,5% até o final do ano.
Edição: Lílian Beraldo