Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Crescem as reações da sociedade civil organizada contra as declarações “racista e homofóbicas” dadas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para o programa humorístico de televisão CQC, na última segunda-feira.
Hoje (30), a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB/RJ) ingressou com uma representação contra o deputado por quebra de decoro parlamentar. Na avaliação da OAB/RJ, as declarações do deputado “são inaceitavelmente ofensivas pois têm um cunho racista e homofóbico”, incompatíveis com as melhores tradições parlamentares brasileiras. “Por isso, vou oficiar o corregedor da Câmara dos Deputados para abertura imediata de processo por quebra de decoro parlamentar contra o referido deputado. O Congresso não merece ter em suas fileiras parlamentares que manifestam ódio a negros e gays", disse Wadih Damous, presidente regional da Ordem.
Também hoje, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa promoveu um ato de repúdio às declarações do deputado, durante reunião no Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro. O interlocutor da comissão, Ivanir Santos, disse que é necessário abortar manifestações do tipo das proferidas pelo deputado imediatamente. “Ouvir, em pleno ano de 2011, falas como essas tornam necessário que se atente ainda mais para os perigos que a sociedade corre quando pensamentos fundamentalistas começam a nos rodear. A irresponsabilidade dessas declarações é muito grande”.
Já o presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, reagiu com indignação às declarações do deputado federal Jair Bolsonaro. A entidade estuda, com o seu departamento jurídico, a adoção de medidas contra o ato de racismo.
Dentre outras ofensas, o deputado, respondendo a uma pergunta da cantora Preta Gil sobre o que faria se o filho se apaixonasse por uma negra, respondeu que não iria “discutir promiscuidade”.
Edição: Rivadavia Severo