Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse hoje (30) que não teme ser cassado por causa de comentários racistas feitos em programa de televisão na última segunda-feira (28). “O soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde. Eu estou aqui para expor as minhas ideias”, disse. Ele justificou que entendeu errado ou houve problemas de edição da produção do programa.
Bolsonaro também disse que não tem medo de ser destituído da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. “Quem manda na minha cadeira é o líder do meu partido. Ele é quem decide, eu não saio de lá. Estou lá para não ter uma comissão só voltada para a demagogia e para defender interesses de quem está à margem da lei, como presidiários. Eu nunca vi defenderem direitos de famílias de vítimas de assassinos”.
Ontem (29), uma representação assinada por 20 deputados foi protocolada na Mesa Diretora da Câmara pedindo que a Corregedoria da Casa investigue Bolsonaro pelos comentários racistas. Os parlamentares pedem também que ele seja destituído pelo seu partido da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
Sempre polêmico em suas declarações, o parlamentar afirmou que vai lutar contra a Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), que foi criada recentemente na Câmara. “O que ela tem para nos oferecer? Casamento entre gays? Adoção por homossexuais? Alguém quer isso? Onde está a família em nosso país? Sem família não somos nada, somos um bando”.
Hoje (30) a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seção do Rio de Janeiro, encaminhou representação à Corregedoria da Câmara dos Deputados para que seja aberto processo contra Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar.
Edição: Rivadavia Severo