Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Sem reconhecer o governo do presidente de Honduras, Porfirio Pepe Lobo, o Brasil aguarda a concessão de anistia ao ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya para retomar o diálogo com o país. Por enquanto, defende a suspensão de Honduras da Organização dos Estados Americanos (OEA). O assunto poderá fazer parte das conversas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a presidenta Dilma Rousseff, no próximo final de semana.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje (17) que, apesar da aproximação do governo Obama com Honduras, não há divergências sobre o tema entre o Brasil e os Estados Unidos.
“Houve um painel de alto nível [na OEA] para discutir o assunto. Nós consideramos que esse é um processo que pode levar a bons resultados. Os norte-americanos também estão apoiando o retorno do Zelaya [a Honduras]”, disse ele.
Zelaya deixou Tegucigalpa, a capital hondurenha, em novembro de 2009, logo depois das eleições presidenciais, e seguiu para a Costa Rica. Segundo aliados políticos do ex-presidente, ele não pode retornar ao país sob ameaça de ser preso.
“Estamos trabalhando [o assunto] na OEA. Até hoje os golpistas circulam livremente por Tegucigalpa, mas a vítima [o ex-presidente Manuel Zelaya] não pode voltar [a Honduras]”, afirmou o chanceler.
Zelaya foi deposto em 28 de setembro de 2009. Uma ação coordenada por integrantes das Forças Armadas, do Parlamento e da Suprema Corte retirou o então presidente do poder sob a acusação que ele atuava para modificar a Constituição para se beneficiar.
Na avaliação do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a ação representou um golpe de Estado e, desde então, estão rompidas as relações diplomáticas. Vários países da região, como a Argentina, o Uruguai, a Venezuela e a Bolívia têm a mesma posição brasileira. Para retomar o diálogo, esses governos exigem garantias de proteção para que Zelaya possa retornar a Honduras.
Edição: Juliana Andrade