Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciou hoje (16) a descoberta do maior dinossauro carnívoro do Brasil. Batizada de Oxalaia quilombensis, a espécie faz parte do grupo de espinossaurídeos, dinossauros com crânio alongado e espinhos que formam uma espécie de vela nas costas.
Acredita-se que o animal, que media entre 12 e 14 metros (do crânio à ponta da cauda) e pesava entre 5 e 7 toneladas, viveu há cerca de 95 milhões de anos, no litoral do Maranhão. Antes da descoberta do Oxalaia quilombensis, o maior dinossauro carnívoro brasileiro era o Pycnonemosaurus, que media 9 metros.
Segundo a pesquisadora Elaine Machado, do Museu Nacional, a espécie foi identificada a partir de um conjunto de fósseis, com partes do maxilar e dentes do dinossauro, encontrado em 1999 na Ilha do Cajual, no Maranhão. A identificação da espécie e a divulgação da descoberta, no entanto, demoraram 12 anos.
“Ele era o réptil dominante da Ilha do Cajual. E esse é um grupo de dinossauros que desperta grande interesse não só aqui no Brasil quanto lá fora, porque tem características diferentes de outros dinossauros carnívoros. E, por ter sido uma das estrelas do filme Jurassic Park, ele chama muita atenção”, disse.
O dinossauro brasileiro também é considerado o segundo maior espinossaurídeo do mundo, ficando atrás apenas do Spinosaurus aegyptiacus, identificado em 1915, no Egito. Duas espécies de espinossaurídeos já haviam sido descobertas no Brasil, na Bacia do Araripe: Irritator challengeri e Angaturama limai. O nome Oxalaia é uma homenagem à divindade africana Oxalá e quilombensis remete ao fato de que a Ilha do Cajual já foi um quilombo, onde viveram descendentes de escravos.
Também foram anunciadas hoje, na Academia Brasileira de Ciências, mais três descobertas paleontológicas brasileiras. Entre elas está uma nova espécie de crocodiloformo (antepassado dos crocodilos) de 80 milhões de anos, chamado de Pepesuchus deisae. O crânio do réptil foi encontrado na Bacia Bauru, em São Paulo.
Outra descoberta foi o fóssil, de 7 milímetros, de um maxilar com sete dentes de um lagarto pré-histórico, ocorrida em Presidente Prudente, em São Paulo. A espécie batizada de Brasiliguana prudentis, que media de 15 a 20 centímetros, viveu entre 70 milhões e 80 milhões de anos atrás.
Também foi anunciada a descoberta de penas fósseis de dinossauros de 115 milhões de anos, na Bacia do Araripe.
Edição: Juliana Andrade