Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O desfile das escolas de samba mirins abre hoje (4) oficialmente o carnaval do Sambódromo do Rio de Janeiro. São 17 agremiações formadas por crianças e adolescentes de cinco a 18 anos de idade, de várias comunidades da região metropolitana do Rio, que começam a desfilar às 17h.
Não há disputa de título, mas não costumam faltar criatividade, ritmo e samba no pé nos 30 minutos em que cada escola tem para desfilar no Sambódromo. Segundo Joel Toledo, um dos diretores da Associação das Escolas de Samba Mirins do Rio, os desfiles de crianças surgiram há quase 30 anos com a Império do Futuro, surgida da tradicional Império Serrano.
Aos poucos, novas escolas de samba foram surgindo, em geral vinculadas às de adultos, como a Mangueira do Amanhã e a Aprendizes do Salgueiro. Hoje, os desfiles de cada agremiação reúnem de 1.500 a 3 mil componentes, com todos os elementos que caracterizam uma escola de samba, como carros alegóricos, mestre-sala e porta-bandeira, fantasias e bateria.
“O grande espetáculo do carnaval tem que iniciar mesmo com as crianças. É uma coisa espontânea, é uma alegria. E precisamos pensar no futuro. O nosso objetivo com as escolas mirins é formar o futuro sambista. Afinal, as crianças são necessárias para dar continuidade à cultura do samba. Nós temos hoje [nas escolas de samba de adultos] muitos jovens que saíram das mirins. Hoje, eles estão nas escolas de samba [de adultos], como mestre-salas, cavaquinistas, mestres de bateria”, afirma Joel.
Apesar de o desfile ser semelhante ao das escolas tradicionais, não há competição entre as agremiações mirins. Elas são avaliadas e recebem premiações, mas nenhuma delas é declarada campeã. “A gente vive em um mundo de competição. Só em nascer, você já está competindo. Mas, por enquanto, não procuramos passar isso para as crianças. O desfile é mais uma valorização da nossa cultura”, diz Joel.
Segundo o diretor, o principal requisito para a criança participar das escolas de samba mirins é estar matriculado no ensino formal. “A gente não abre mão disso. A prioridade dessas crianças tem que ser o estudo.
Edição: Graça Adjuto