Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um eventual superaquecimento dos países emergentes e os impactos sobre o preço do petróleo provocados pela crise no norte da África são os principais riscos para a economia mundial no momento, disse hoje (3) o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. Ele, no entanto, descartou a possibilidade de que esses dois fatores interfiram na recuperação mundial da economia no curto prazo.
Para Strauss-Kahn, a recuperação só estará em xeque se os países emergentes não adotarem medidas para conter a atividade econômica e se o preço do petróleo se mantiver elevado. “A nossa linha permanece inalterada. Trabalhamos com cenário de que a recuperação continuará”, afirmou o diretor-gerente, depois de reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Segundo o diretor-gerente do FMI, a recuperação econômica está ocorrendo, mas em ritmo desigual. “Na América Latina e na Ásia, as economias estão avançando rapidamente, mas a recuperação está incerta nos Estados Unidos e lenta na Europa”, comentou.
Sobre o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, anunciado hoje, Strauss-Kahn afirmou que o número estava dentro do previsto pelo FMI. Ele evitou fazer estimativas para o desempenho da economia brasileira em 2011, mas disse que o desafio do Brasil e dos países emergentes é crescer de forma sustentável e inclusiva, reduzindo a desigualdade social.
De acordo com ele, os cortes no Orçamento Geral da União e o aumento dos juros pelo Banco Central não vão interferir na diminuição das desigualdades. “Muitos resultados foram alcançados, mas há muito a ser feito. O combate à desigualdade é um desafio que se apresenta, mas o atual governo está alinhado com nosso assessoramento e o que ocorrerá nos próximos meses está no rumo certo”, acrescentou.
Edição: Lana Cristina