Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil, a Argentina, a Espanha e Portugal firmaram hoje (2), em Buenos Aires, um plano conjunto para prevenção e criminalização do tráfico de pessoas e proteção às vítimas. O acordo foi feito durante a Conferência de Ministros de Justiça dos Países Ibero-Americanos (Comjib), que visa a estabelecer estratégias conjuntas para prevenir e combater o tráfico de pessoas.
De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante a Comjib, também foi discutida a integração entre sistemas de informação dos quatro países para agilizar a negociação entre eles.
“Essa questão do tráfico de pessoas preocupa o mundo e exige uma integração entre os países para que nós possamos combater. Firmamos um protocolo de intenções entre os quatro ministros, que tem o objetivo de desenvolver estudos que permitam a integração entre as forças policiais desses países”, disse Cardozo à Agência Brasil.
O ministro apresentou aos colegas a experiência brasileira nas áreas de prevenção, repressão e atendimento às vítimas. Os quatro países já vinham discutindo a questão e, em novembro do ano passado, formalizaram a criação do Grupo de Santiago de Compostela para impulsionar políticas integradas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de seres humanos aparece em terceiro lugar, depois do tráfico de drogas e de armas, como a forma de crime organizado que movimenta o maior volume de recursos no mundo. Esse tipo de atividade ilícita está relacionado a outros crimes, pois tem como finalidades o trabalho escravo, a exploração sexual de crianças e adolescentes, a prostituição e a comercialização de órgãos para transplantes.
Além de participar da Comjib, Cardozo e o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que também preside a Comissão da Anistia, visitaram o Parque da Memória, espaço público em homenagem às vitimas da ditadura militar na Argentina. Segundo o ministro, o Brasil vai implantar um memorial semelhante ao argentino.
“Hoje, os próprios organismos internacionais reconhecem que os países que viveram sob ditaduras devem arcar com custos de reconhecimento e solidariedade que o Estado deve fazer às pessoas que sofreram com isso no passado. Estamos planejando um memorial para que possamos cumprir com nosso dever.”
Edição: Nádia Franco