BNDES aprova recursos para restauração de prédio histórico de hospital da UFRJ

16/02/2011 - 18h41

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (16) a aprovação de R$ 2 milhões para as obras emergenciais de reforma do prédio do Hospital Escola São Francisco de Assis (Hesfa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Localizado no bairro Cidade Nova, na capital fluminense, o Hesfa foi construído no século 19 para ser um abrigo de mendigos, vindo a sediar anos mais tarde a primeira escola de enfermagem do país.

Reativado em 1988 como hospital, a unidade é considerada atualmente uma referência nacional na pesquisa e tratamento de pessoas de baixa renda portadoras do vírus HIV. O Hesfa atende cerca de 20 mil pacientes por mês.

A coordenadora da área de acervos do Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES, Fernanda Balbi, disse à Agência Brasil que o pedido para apoio foi feito pela UFRJ ao banco há cerca de três ou quatro anos. “O problema é que eles não tinham um plano estratégico de restauro”, explicou.

Segundo Fernanda Balbi, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) avaliou que antes de solicitar recursos para a restauração completa do prédio do hospital, deveriam ser efetuadas obras para suprir as necessidades mínimas de sustentação do próprio edifício. O Hesfa é composto de 13 prédios, dos quais os sete mais antigos, tombados pelo Iphan, receberão as obras emergenciais de recuperação, apoiadas pelo BNDES.

Os recursos não reembolsáveis, oriundos do fundo cultural do banco, serão repassados à Fundação Universitária José Bonifácio, da UFRJ, que tem entre suas atribuições o fomento ao ensino e a pesquisas científicas. Fernanda Balbi acredita que uma vez cumpridas as exigências contratuais, as obras envolvendo a recuperação da estrutura do prédio, do telhado e da parte elétrica do Hesfa poderão ser iniciadas em três meses. Os recursos do BNDES serão liberados em parcelas, de acordo com a programação da obra.

Ela admitiu que o banco poderá vir a apoiar outras etapas posteriores da reforma do Hesfa. “O patrimônio tombado é um dos focos de ação que o banco estabeleceu para a cultura”. Um dos pontos que favorecem essa disposição é o fato de o hospital estar funcionando e ter também um uso social. A aprovação do apoio vai depender, contudo, do orçamento do BNDES, frisou.

De acordo com informação da assessoria de imprensa do BNDES, além da recuperação de um bem histórico nacional, o apoio do banco visa a estimular o processo de revitalização urbanística da Cidade Nova. Essa é uma zona da cidade considerada importante por sua localização próximo ao Porto do Rio de Janeiro, onde serão instalados os centros de imprensa e de informática durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

 

Edição: Aécio Amado