Três mil agentes de saúde combatem dengue na capital fluminense

10/02/2011 - 5h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O coordenador de Operações contra a Dengue do município do Rio, Marcos Ferreira, informou à Agência Brasil que a prefeitura conta hoje com cerca de 3 mil agentes de saúde trabalhando no combate à doença. No fim do ano, foram convocados 1.200 agentes do banco de concursados formado em 2008.  “Como todos não compareceram até agora, vamos fazer um trabalho de complementação em março”.

O infectologista admitiu que os bairros que correm os maiores riscos de epidemia são Pedra de Guaratiba, Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, todos na zona oeste. “Nesses bairros, as pessoas não têm abastecimento regular de água e, por isso, fazem armazenamento. Com as chuvas e algum descuido, pode haver a proliferação do mosquito Aedes aegypti”, explicou.

Ferreira informou ainda que a Coordenação de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil, desenvolve ações de combate à dengue no município de forma permanente, com inspeções dos agentes de saúde, mutirões e atividades educativas em toda a cidade.

Segundo ele, somente em 2010 foram realizadas mais de 4,2 milhões de visitas. “Além do trabalho residencial de rotina, há inspeções em locais estratégicos, como terrenos baldios, cemitérios, ferros-velhos, que são feitas regularmente”.

São promovidos ainda mutirões e ações educativas ao longo do ano. "Nos mutirões realizados em 2010, mais de 120 mil imóveis foram visitados e mais de 254 toneladas de lixo e materiais que pudessem servir de criadouros do mosquito foram recolhidos e eliminados”, acrescentou o coordenador.

Ele lembrou que, no ano passado, foi iniciado o uso do fumacê como estratégia de prevenção no combate à dengue, associado às outras ações. “O equipamento começou a ser usado em outubro em Jacarepaguá e na zona sul. Até o final do verão, ele será utilizado em mais 47 bairros”.

Entre as ações contra a doença, a Secretaria de Saúde do estado destacou o projeto Rio Contra Dengue nas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Iniciado no fim do ano passado, o projeto já capacitou 470 crianças no combate aos focos do Aedes aegypti e já passou por seis comunidades: Andaraí, Borel, Ladeira dos Tabajaras, Salgueiro, Pavão-Pavãozinho e Cidade de Deus. Serão mais 10 comunidades até a primeira semana de março. Após o carnaval, o projeto retornará às escolas.

Outro projeto desenvolvido pelo governo estadual, o Rio Contra Dengue nas Escolas, começou em abril de 2010, passou por 46 escolas e foi apresentado a 3.389 alunos multiplicadores. Para 2011, a previsão é atender 200 escolas das redes estadual, municipal e privada, formando 20 mil multiplicadores, no período de fevereiro a dezembro.

"O estado vem mantendo as mesmas ações desde 2009. O Grupo Ténico-Dengue (GT-Dengue) se reúne periodicamente, em intervalos quinzenais [períodos menos críticos] e semanais [no período mais critico]”, informou a secretaria.

Em nota, o governo do Rio destacou o apoio dos bombeiros aos municípios com baixa cobertura de visitas aos imóveis, fortalecendo as ações de tratamento químico e eliminação de criadouros do Aedes aegypti.

Hoje, estamos cobrindo 26 municípios, além de uma força auxiliar que tem sido acionada para apoiar áreas onde os indicadores apontam situação de risco de epidemia”, diz a nota. Outra iniciativa é a capacitação de técnicos de cerca de 80 municípios para elaboração do Plano de Contingência e elaboração do mapa de risco.

Há ainda o Rio Contra a Dengue, que se destina a prestar informações sobre a doença ao cidadão. “De janeiro de 2010 até o momento, mais de 180 mil pessoas ficaram, em média, três minutos obtendo informações sobre o combate à doença no Portal Rio Contra Dengue. O site recebeu 860 denúncias de foco somente em 2010. Em janeiro de 2011, foram registradas 190 denúncias, repassadas por meio da Vigilância Epidemiológica para as secretarias municipais de Saúde”.

Edição: Graça Adjuto