Sarkozy defende em Davos taxa sobre transações financeiras para financiar desenvolvimento global

27/01/2011 - 14h11

Agência Lusa

Brasília - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu hoje (27), no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), a criação de uma taxa sobre transações financeiras internacionais. A ideia é utilizar os recursos para financiar o desenvolvimento global. Segundo ele, é importante que a iniciativa ocorra logo, a partir de um grupo de países.

“Como todos os nossos orçamentos estão em déficit, é inimaginável que este dinheiro venha dos orçamentos nacionais. Por isso, não temos escolha”, disse Sarkozy. “As formas inovadoras de financiamento são uma necessidade, não são uma escolha. É inevitável”.

Anteriormente, em Paris, ao discursar sobre as prioridades do G20 (grupo dos países com maiores economias do mundo), Sarkozy já havia defendido a criação da taxa, mas não detalhou como a cobrança seria feita. Desta vez, no entanto, ele disse que a taxa é a opção preferida, pois a ideia é fixar um percentual baixo, “Infinitesimal", como definiu o líder francês.

Ao discursar, Sarkozy ouviu um apelo do executivo do banco americano JP Morgan Jimmy Diamond, que sugeriu “uma pausa na regulação financeira”. Ao receber o pedido, o presidente da França respondeu: “Nós teremos bom senso, seremos razoáveis, mas não se engane: seremos determinados”.

De hoje a sábado (30), o Fórum Econômico Mundial promoverá uma série de debates sobre Normas Partilhadas para uma Nova Realidade, o tema do encontro deste ano. A previsão é que cerca de 2,5 mil pessoas participem dos debates. Até o final do forum, Davos deve receber 35 chefes de Estado e de governo, como Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel. O Brasil está representado pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.