Farc preparam libertação de cinco reféns, diz ex-senadora

26/01/2011 - 11h05

 

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, uma das principais negociadoras civis com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), afirmou hoje (26) que em breve será libertado um grupo de reféns. Segundo ela, a data ainda não foi definida. Piedad anunciou a decisão depois de uma reunião com representantes da organização não governamental (ONG) Colombianas e Colombianos pela Paz e Parentes dos Reféns.

As informações são da imprensa oficial da Venezuela, a Agência Venezuelana de Notícias (AVN). As negociações envolvem a libertação de cinco reféns militares e civis. São eles o major da polícia Guillermo Solórzano, o cabo do Exército Salim Corporal Sanmiguel e o oficial da Marinha Henrique López Martínez, além dos presidentes dos conselhos municipais de San José del Guaviare, Marcos Vaquero e Garzón, e de Huila, Armando Acuña.

Na semana passada, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, Piedad e alguns parlamentares se reuniram para discutir o assunto. Segundo a ex-senadora, o tema vai ser debatido também por organizações não governamentais, de 21 a 23 de fevereiro, na Argentina.

Piedad afirmou que não há obstáculos para a libertação dos reféns. Segundo ela, houve um adiamento na liberação em decorrência da chuva intensa que atinge a região de Nova Granada, na Colômbia.

Em dezembro de 2010, as Farc anunciaram a libertação de cinco reféns como gesto de humanidade e resposta positiva às negociações em curso. Na ocasião, os guerrilheiros pediram para que Piedad fosse uma das articuladoras do processo. A ex-senadora teve o mandato cassado pela Procuradoria-Geral da Colômbia por suspeita de envolvimento com o grupo guerrilheiro.

Piedad participou, em 2008, da libertação de 15 reféns que estavam sob poder das Farc. No grupo estavam políticos, policiais e militares, inclusive a ex-candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt. A candidata ficou seis anos como refém do grupo guerrilheiro. Ela foi sequestrada enquanto fazia campanha na Colômbia. A história dela é relatada no livro Não há silêncio que não se acabe.

Edição: Graça Adjuto