Cuba reage com cautela às medidas de flexibilização anunciadas pelos EUA em relação ao país

18/01/2011 - 9h33

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo do presidente de Cuba, Raúl Castro, acompanha com cautela as medidas de flexibilização anunciadas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação aos cubanos. O pedido de alerta à população sobre a decisão norte-americana está publicado na primeira página do jornal oficial de Cuba, o Granma. Em um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o governo diz que as medidas são insuficientes e desconfia dos efeitos das propostas.

Sob embargo econômico e comercial imposto pelos Estados Unidos desde 1962, Cuba passa por mudanças internas na tentativa de sobreviver apesar das limitações. Paralelamente, os interlocutores de Castro negociam o apoio da comunidade internacional para suspender as restrições.

As novas medidas foram anunciadas na última sexta-feira (14), em Washington. “Em 14 de janeiro de 2011, o governo dos Estados Unidos anunciou novas medidas contra Cuba. Embora tenhamos que esperar a publicação dos regulamentos para entender seu verdadeiro significado”, diz o comunicado do ministério.

Para o governo cubano, as medidas são insuficientes e indicam o “fracasso da política dos Estados Unidos em relação a Cuba”, como informou o comunicado oficial. “Embora as medidas sejam positivas permanecem bem abaixo daquelas justas reivindicações e têm um alcance muito limitado e não muda a política [norte-americana] sobre Cuba”, diz o documento.

Em outro momento do comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que: “O anúncio da Casa Branca é limitado”. O documento acrescenta que “as medidas confirmam que não há vontade de mudar a política de bloqueio e de desestabilização contra Cuba” e adverte que elas “beneficiam apenas a determinadas categorias de americanos”.

As principais medidas consistem em autorizar viagens de norte-americanos a Cuba para atividades acadêmicas, educacionais, culturais e religiosas. Também estão permitidas as remessas de dinheiro de cidadãos cubanos, que vivem nos Estados Unidos, para aqueles que moram em Cuba – mas em quantidades limitadas.

De acordo com o governo norte-americano, os aeroportos internacionais dos Estados Unidos podem autorizar a solicitação de permissão para operar voos diretos para Cuba – desde que obedecidas “certas condições”.

Edição: Lílian Beraldo