Com críticas ao Judiciário do Equador, Correa defende consulta popular para mudar Constituição

18/01/2011 - 10h09

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Com severas críticas aos magistrados do país, o presidente do Equador, Rafael Correa, apelou ontem (17) à população que confie no governo. Determinado a promover uma consulta popular com cinco questões, o presidente quer alterar a Constituição. A ideia de Correa é modificar o sistema Judiciário, assumindo o poder de escolha de seus integrantes, e mudar a legislação que rege os meios de comunicação.

"Não tememos o veredito do povo nas urnas", disse o presidente, que ocupou cadeia de rádio e televisão na noite de ontem. “[Peço aos equatorianos] que confiem no governo”, afirmou ele. “Estamos prontos para dar a nossa vida e nós temos demonstrado isso. Confiamos na expressão soberana do povo nas urnas.”

Correa levantou dúvidas sobre a isenção e competência dos magistrados do Equador. “É necessário retificar a Constituição de modo que não ocorra margem de manobra e os juízes, sob o pretexto de medidas alternativas, não liberem criminosos perigosos”, disse ele. "O Conselho Judiciário não tem cumprido seu papel comprometendo-se com timidez e falta de decisão."

Na consulta popular, segundo Correa, estarão cinco questões. A primeira delas se refere à revogação de prisão preventiva. Na segunda pergunta, o eleitor deve responder em que situações são aceitáveis penas alternativas.

Na terceira questão, o eleitor deve opinar se os empresários que atuam nas áreas de comunicação e financeira estão autorizados em investir em outros ramos da economia. A quarta questão é a mais polêmica e se refere às mudanças no sistema Judiciário autorizando o presidente da República a escolher os representantes deste Poder.

Na quinta e última questão, o eleitor deve opinar se é favorável às mudanças na composição do Conselho Judiciário, na Constituição e na reforma do Código de Processo Judiciário. Segundo Correa, o objetivo é que o novo conselho seja formado por cinco membros, presidido pelo presidente do Tribunal Nacional.

Edição: Talita Cavalcante