América Latina adotou políticas corretas para enfrentar crise econômica internacional, diz ONU

18/01/2011 - 17h52

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - As medidas de estímulo econômico adotadas pelos governos da América Latina e Caribe em resposta à crise mundial foram um dos principais fatores para sua recuperação. A avaliação é da Organização das Nações Unidas (ONU) e está no relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2011, divulgado hoje (18).

As economias da América Latina e Caribe tiveram uma “extraordinária recuperação econômica” em 2010, “maior que a esperada”, diz o documento. O Produto Interno Bruto (PIB) da região cresceu 5,6% no ano passado, recuperando-se da retração de 2,1% de 2009. Para 2011 e 2012, a ONU estima que esse crescimento diminua para 4,1% e 4,3%, respectivamente, mas ainda assim, considera-os positivos na comparação com os níveis históricos da região.

Segundo o relatório, as medidas de estímulo ajudaram a restabelecer a confiança e fortalecer a demanda interna nesses países durante o ano passado. A redução das taxas de juros, o aumento dos salários acima da inflação e os subsídios governamentais foram responsáveis por sustentar o aumento do consumo. A retomada da atividade produtiva levou à queda da taxa de desemprego de 8,2% em 2009 para 7,8% em 2010, apesar de ainda estar acima dos níveis registrados antes da crise mundial.

Especificamente sobre a América do Sul, a ONU avalia que a recuperação também teve forte influência do crescimento das exportações, após o pico da crise aliado à volta dos preços das commodities a seu patamar mais elevado. O crescimento médio dos países sulamericanos chegou a 6,3% em 2010, superior ao da média latinoamericana. Para 2011 e 2012, no entanto, o cenário é de desaceleração do comércio mundial e eliminação dos estímulos fiscais, gerando uma expectativa de crescimento econômico de 4,5% na América do Sul.

A expectativa positiva para este ano, segundo a ONU, é sobre a inflação. Apesar do aumento no ano passado, o relatório diz que ela ainda está abaixo dos níveis de 2008 e que é esperado diminuição das pressões inflacionárias a curto prazo na maioria dos países neste ano. Ressalta, no entanto, que existem situações delicadas na Argentina e Venezuela, que devem ter inflação acima de 10%.

 

Edição: Rivadavia Severo