Posto da Ceasa em Nova Friburgo vira oásis em meio à destruição

17/01/2011 - 14h25

Thais Leitão
Enviada Especial da Agência Brasil

Nova Friburgo (RJ) - Na área rural de Nova Friburgo, a Central de Abastecimento (Ceasa) do distrito de Conquista funciona como um oásis em meio a tanta devastação. No local, próximo às regiões mais afetadas pelas fortes chuvas que atingem a cidade desde a madrugada da última quarta-feira (12), foi instalada uma base operacional de ações governamentais.

Lá funciona, desde ontem (16), o Centro de Comando da Polícia Militar e do Batalhão de Operações Especiais, além de um núcleo da recém-criada Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Rio. Um posto médico com profissionais de saúde da Polícia Militar oferece assistência às equipes e à população.

Na área reservada à venda de produtos agrícolas da região, agora estão empilhados donativos que chegam de todo o país. Sapatos, roupas, material de higiene pessoal e alimentos são levados a abrigos próximos ou são retirados ali mesmo pela população necessitada. No início da tarde de hoje (17), cerca de 150 pessoas aguardavam na fila para receber as doeções.

O lavrador Joilson Veiga, de 39 anos, conseguiu um caminhão e levou à Ceasa cerca de 20 vizinhos, todos moradores da localidade de Barracão dos Mendes, a 7 quilômetros do centro de distribuição improvisado. “Lá não teve muitas mortes, só cinco pessoas morreram, mas as pessoas perderam praticamente tudo. Viemos buscar, principalmente, alimentos e roupas. É muito triste ver como ficou aquilo lá”, disse ele, que lamentou também as perdas na lavoura.

De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Rio, Felipe Peixoto, que passou a noite na Ceasa de Conquista, os esforços também estão voltados à liberação das estradas, para garantir o escoamento da produção local. Ele disse não ter ainda um panorama dos prejuízos da atividade agrícola de Nova Friburgo, mas disse que a perda pode girar em torno de 70%.

“Estamos trabalhando com equipamentos do governo e do Bope [Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio] abrindo as estradas vicinais para que o produtor rural possa levar sua produção até o mercado de consumo. Eles estão com possibilidade de perder suas lavouras. Então, quanto mais rápido [reabrirmos as estradas], menores os prejuízos e maiores as possibilidades de [os agricultores] conseguirem recursos para recomeçar a vida”, disse o secretário.

Edição: Vinicius Doria