Manifestantes voltam a bloquear estradas no Sul do Chile

17/01/2011 - 10h10

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O clima de tensão voltou a predominar no Sul do Chile em decorrência da retomada dos protestos contrários à elevação de até 17% das tarifas de gás na região. A operação de resgate dos turistas, inclusive brasileiros, está ameaçada. O governo do presidente do Chile, Sebastián Piñera, recorreu à Lei de Segurança do Estado, anunciando que vai adotar medidas judiciais para conter a série de manifestações.

As informações são da rede estatal de televisão, a TVN. Desde o dia 12, ocorrem protestos na região. As negociações estão temporariamente suspensas à espera de uma sinalização sobre a possibilidade do fim das manifestações.

Ontem (16) um grupo de brasileiros conseguiu deixar o local aproveitando um período de negociação. Estimativas de brasileiros indicam que havia mais de cem na região. O bloqueio das estradas impede a saída e a entrada de pessoas.

Organizados em comboios, turistas de várias nacionalidades que estavam sitiados na Terra do Fogo passaram ontem com uma certa tranquilidade pelas barreiras formadas por manifestantes. O turista brasileiro Guilherme Miqueluteti foi um dos que conseguiu deixar o local. A retirada é organizada pela Cruz Vermelha Internacional, com a ajuda de militares chilenos.

Miqueluteti saiu de Puerto Natales em um comboio formado por três ônibus e quatro vans com destino a El Calafate. A partida estava prevista para as 15h de ontem, mas o grupo só embarcou por volta de 21h e viajou durante a madrugada.

“Os veículos foram parados nas barreiras e permaneceram por cerca de 2 minutos, que pareciam uma eternidade, e em seguida eram liberados. Ficou claro que nossa saída foi facilitada. Passamos pelas barreiras sem necessidade de força militar”, afirmou Miqueluteti.

A série de protestos e paralisações na Terra do Fogo foi gerada por causa do anúncio do aumento no preço do gás. Desde então, o comércio foi fechado e as estradas que dão acesso ao local foram bloqueadas. Autoridades chilenas alertam, que, se o bloqueio persistir, pode haver desabastecimento na região.

Edição: Talita Cavalcante