Campuseiros começam a chegar para a Campus Party em São Paulo

17/01/2011 - 17h25

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Começaram a chegar hoje (17) ao Centro de Exposições Imigrantes em São Paulo os 6.800 campuseiros esperados para a Campus Party Brasil. Durante uma semana eles participarão de oficinas, palestras, conferências, competições e atividades de lazer proporcionados pela quarta edição do evento de tecnologia e conteúdo digital. A novidade este ano é a disponibilização de uma rede com uma quantidade de endereços de internet que corresponde ao número 34 mais 37 zeros, a chamada IPV6.

Os portões foram abertos ao meio dia aos campuseiros, que já esperavam na fila desde o começo da manhã. Todo o dia de hoje será dedicado à chegada, montagem dos equipamentos e à preparação para a abertura oficial que ocorre à meia noite com uma apresentação musical. As atividades começam amanhã (18), às 10h. A organização espera ainda receber 95 mil visitantes, além dos campuseiros.

Segundo o diretor geral da Futura Networks do Brasil, responsável pela organização do evento, Mário Teza, o principal foco do encontro é a troca de conhecimento baseado na internet, apoiado por universidades e empresas da área de tecnologia. “A Campus Party é um evento único no mundo que junta inovação, colaboração. Tudo o que há e haverá no mundo em conhecimento da internet se expressa durante uma semana nesse espaço. Tanto que estamos chamando esses 6.800 campuseiros de pioneiros no uso mundial desse novo protocolo de internet, a versão 6”.

Teza disse ainda que ao final do evento será possível fazer um balanço da participação das redes sociais, blogs e inovações nesses canais para auxiliar vítimas e o poder público, depois de grandes tragédias como os desabamentos na região serrana do Rio de Janeiro, já que esse será um dos temas que aparecerão nas discussões. “Teremos palestras e debates que mostrarão como a internet foi usada no Haiti por exemplo, sabendo que lá há uma infraestrutura muito menor do que a do Brasil e como aqui se usa muito já que somos pioneiros nisso”.

O diretor de redes da Telefonica, responsável pelo projeto do IPV6, Ari Pelerini, explicou que o IP (sigla para Protocolo de Internet) é a forma como se é localizado um endereço na rede. A versão 4 do IP, utilizada atualmente, disponibiliza quatro bilhões de endereços que podem ser utilizados, mas está chegando ao seu limite, por isso há dois anos a empresa trabalha junto com parceiros para elevar esse número. A IPV6 será testada durante a Campus Party e Pelerini afirmou que o objetivo é disponibilizá-la para os usuários em geral ainda este ano.

A estudante de Análise de Sistemas, Katilce Delgado, viajou de Manaus a São Paulo para ver quais serão as novidades deste ano. Ela participou das outras três edições e disse que se sente atraída pelo compartilhamento das informações pela rede e palestras dos mais diversos segmentos. “Também é acolhedor conhecer tanta gente de tantos lugares e dividir o conhecimento. Eu espero que este ano seja melhor ainda do que os outros, porque a cada ano a Campus Party vem evoluindo mais”.

Rafael de Agostini Ferreira, proprietário de um site especializado em jogos online, saiu de sua casa na capital paulista e está acampado para acompanhar de perto a feira. “Eu vim para pegar novidades para o site. Aqui é a maneira mais fácil de o pessoal trocar tecnologia, melhorar a troca de informações e se conhecer para quebrar essa barreira da internet. Quero também ver o que o IPV6 vai melhorar para as pessoas que trabalham online como eu. Para mim, usar internet no meio da rua não é diversão, é trabalho, então eu espero que com esse novo protocolo nós tenhamos uma melhora significativa”.

 

Edição: Rivadavia Severo