Anistia Internacional quer que Baby Doc seja processado por crimes contra humanidade

17/01/2011 - 10h06

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A Anistia Internacional apelou hoje (17) para que as autoridades do Haiti processem judiciamente o ex-presidente Jean-Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc, de 59 anos, que governou o país de 1971 a 1986. Depois, ele foi deposto por uma revolta popular em decorrência de uma série de crimes atribuídos ao governo. Ontem (16) Baby Doc voltou ao país, após 25 anos do protesto que o derrubou.

Para a Anistia Internacional, Baby Doc deve ser julgado por crimes contra a humanidade. "A generalizada e sistemática série de violações dos direitos humanos cometidas no Estado do Haiti durante a gestão Duvalier é considerada crime contra a humanidade”, recomendou o conselheiro especial da Anistia Internacional Javier Zuniga.

Ele acrescentou que “o Haiti é obrigado a processá-lo e a qualquer outra pessoa responsável por tais crimes”. Para o conselheiro, a onda de crimes no país foi generalizada e causou torturas sistemáticas e outros maus-tratos.

De acordo com a Anistia Internacional, centenas de pessoas desapareceram e foram executada no governo de Baby Doc. Havia a atuação de milícias ligadas às Forças Armadas e à Segurança Nacional de Voluntários. Essas milícias eram chamadas de  Tonton Macoutes.

O retorno inesperado de Baby Doc ao Haiti ocorre no momento em que o país enfrenta uma crise política, uma epidemia de cólera e as dificuldades da reconstrução após o terremoto devastador do ano passado que matou mais de 250 mil pessoas.

Edição: Graça Adjuto