Chuva atrasa retirada de famílias de áreas de risco em Cubatão

14/01/2011 - 15h41

Luciano Cherubini*
Enviado Especial da TV Brasil

Cubatão (SP) – As fortes chuvas que atingem o estado de São Paulo não só causam risco às pessoas que moram perto de morros ou na beira de rios. Elas também atrasam o cronograma de projetos que visam justamente à retirada dessas famílias das áreas consideradas de risco pela Defesa Civil.

Um desses projetos tem como meta remover 25 mil pessoas que vivem em dez bairros de Cubatão (a 57 quilômetros da capital). Cubatão fica na região metropolitana de Santos e muitos de seus habitantes moram em casas inadequadas, construídas na Serra do Mar.

Desde 2008, a prefeitura da cidade trabalha para a remoção dessas pessoas. Até hoje, cerca de 800 já se mudaram para casas em locais seguros. Porém, por causa do início da temporada de chuvas, a retirada de outras famílias está quase paralisada. “As chuvas atrasam o cronograma de obras”, justificou o secretário de Habitação de Cubatão, Wagner Moura dos Santos.

Segundo Santos, com o mau tempo, a construção de casas para abrigar as famílias removidas está parada. Portanto, a retirada dos moradores de áreas de risco não pode ser feita.

Além das chuvas, a falta de mão de obra também compromete o projeto. “A construção envolve pedreiros, carpinteiros, armadores e nós temos dificuldade em contratar”, complementou Santos.

Enquanto esses problemas não são resolvidos, famílias continuam correndo risco em morros da Serra do Mar. A família de Florenilda Lopes de Oliveira é um exemplo disso. Auxiliar de enfermagem, ela mora com o marido e dois filhos em uma área de risco conhecida como Grotão. Há 11 dias, Florenilda teve sua casa invadida pela lama que desceu do morro. Desde então, a família dorme na casa de vizinhos à espera de um novo lugar para morar. “Espero sair daqui antes de minha filha nascer”, disse ela, que está no final da gestação.

A prefeitura de Cubatão disse que espera remover todas as famílias das áreas de risco da cidade até 2012. Apesar do atraso momentâneo, o secretário de Habitação acredita no cumprimento da meta.

*Colaborou Vinicius Konchinski//Edição: Lana Cristina