Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África
Maputo (Moçambique) - A consulta popular sobre o futuro do Sudão já teria alcançado o número mínimo de eleitores exigido pela lei para ser validada: 60% dos 4 milhões de sudaneses inscritos. A informação é do Movimento de Liberação do Povo do Sudão (SPLM, na sigla em inglês), partido do Sul do país, que defende a separação com o Norte.
O dado, não oficial, foi obtido a partir das listas de presença de eleitores nos três primeiros dias de votação (de um total de sete). Somente sudaneses que nasceram no Sul podem votar, de acordo com as regras da consulta. Na província onde fica a capital do país, Cartum, no Norte, a informação oficial é que metade dos inscritos já votou.
Representantes do Departamento de Estado norte-americano indicaram que o Sudão pode ser retirado da lista de Estados que patrocinam o terrorismo, se o Norte reconhecer os resultados do processo de consulta popular. Segundo a Voz da América, o embaixador Princeton Lyman disse estar “impressionado”com a “vontade do povo sudanês de tomar uma decisão tão difícil”.
A violência entre grupos rivais já matou 36 pessoas desde a semana passada. A consulta popular está prevista desde 2005, como parte do acordo de paz que pôs fim a mais de 20 anos de guerra civil entre o Sul de maioria cristã e o Norte majoritariamente muçulmano. Se a separação for aprovada, o Sudão do Sul se transformará no 54º país africano em 9 de julho deste ano.
Edição: Vinicius Doria