Contraf-CUT contesta estudo do Ipea sobre bancos

12/01/2011 - 17h37

Flávia Albuquerque

Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo - A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) divulgou nota hoje (12) contestando o estudo Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre Bancos: exclusão e serviços, lançado ontem (11) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para a Contraf, o levantamento não levou em conta a forma de relacionamento dos clientes com o banco ao avaliar os resultados dos indicadores sobre segurança nas operações em agências.

 

Segundo o estudo do Ipea, a segurança nas unidades satisfaz 78% dos clientes, enquanto 13,7% estão muito insatisfeitos ou insatisfeitos com a proteção oferecida pelos bancos.

O secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf, Miguel Pereira, considera o resultado questionável porque não houve perguntas sobre o número de pessoas que usam a internet para fazer operações bancárias. Para o sindicalista, a falta dessa questão mais específica também explica o dado que diz que 65,1% dos entrevistados se mostram satisfeitos ou muito satisfeitos com o reduzido tempo de expediente ao público.

 

"Se o cliente não precisa ir à agência, ele não vai reclamar de segurança. É estranho que a maioria dos clientes aprove a segurança quando as estatísticas mostram que os assaltos em agências são frequentes, assim como o crime da 'saidinha de banco' [clientes são assaltados nas imediações das agências após sacarem grandes quantias]. Por isso, a pesquisa deveria indagar também qual o canal usado pelo entrevistado para fazer suas operações bancárias", disse Pereira.

 

O diretor da Contraf assinalou ainda que o mapa da exclusão bancária não é surpreendente porque a grande maioria é de baixa renda, com pouca escolaridade e concentrada em regiões menos desenvolvidas. O estudo constatou que 39,5% da população economicamente ativa no país não possui conta bancária. Dos excluídos, 40,6% desejam ter conta corrente e 26,6% acreditam ter condições financeiras necessárias e atrativas para os bancos.

 

Edição: João Carlos Rodrigues