Da BBC Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reconheceu hoje (11) como verdadeiro o acordo feito pelo governo anterior com os Estados Unidos para “disseminar” o etanol e que esse acordo excluía os países da América do Sul. Segundo ele, o entendimento foi feito em 2006 e não teria envolvido a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A afirmação foi feita a jornalistas brasileiros na embaixada do Brasil em Buenos Aires.
O acordo entre Brasil e Estados Unidos, firmado em 2007 para promover o etanol, foi revelado por documento vazado pelo site WikiLeaks. O documento dizia que o Itamaraty vetara a inclusão de Bolívia e Colômbia no projeto de cooperação. “De fato, houve entendimento entre Brasil e Estados Unidos de que, na América do Sul não trabalharíamos (promovendo o etanol), porque na América do Sul temos outros mecanismos de integração. E relacionamento já feito com todos os países vizinhos dispensa essa cooperação”, disse o chanceler brasileiro.
Patriota disse que, na ocasião, o entendimento era de promover o etanol em economias pequenas, como El Salvador, Guatemala, Jamaica, República Dominicana, Haiti, Senegal e Guiné-Bissau. O chanceler afirmou que a produção de etanol e biocombustíveis será abordada por Dilma Rousseff na visita que fará a Buenos Aires, no dia 31 de janeiro, a primeira viagem internacional após assumir a Presidência da República.
"Há interesse da Argentina e do Brasil, grandes produtores de etanol e de biodiesel, de intensificar essa cooperação”, afirmou Patriota.
Perguntado sobre a emissão de passaportes diplomáticos para os filhos adultos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Patriota disse que o Itamaraty está “examinando a situação como um todo". Segundo ele, trata-se de uma medida tomada pela administração anterior. “Não tenho nada a acrescentar, por enquanto”.
Edição: Vinicius Doria