Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África
Maputo (Moçambique) – Pelo menos 14 pessoas morreram no fim de semana durante choques entre a polícia e manifestantes na Tunísia, no Norte da África. O número pode ser ainda maior, segundo a oposição, porque há muitos feridos. De acordo com a agência oficial TAP, vários policiais também foram atingidos nos conflitos, que foram maiores nas cidades de Kasserine, Thala e Regueb, na fronteira com a Argélia.
Manifestações não são comuns no país, presidido há 23 anos por Zine El Abidine Ben Ali. A revolta começou por causa do aumento do desemprego e da elevação no preço dos alimentos. Estudantes, advogados e professores participaram ativamente dos protestos.
No mês passado, ganhou espaço no noticiário a história de um rapaz de 26 anos que ateou fogo no próprio corpo, em protesto contra a ação da polícia, que confiscou mercadorias que ele vendia na rua. Mohammed Bouazizi, que tinha diploma universitário e não conseguia emprego, morreu por causa das queimaduras.
O ato de desespero de Bouazizi, em 17 de dezembro, acabou por tornar-se um símbolo dos manifestantes tunisianos.
Na vizinha Argélia, o aumento no preço dos alimentos também levou a protestos na semana passada. Duas pessoas morreram durante manifestações realizadas em várias cidades ao mesmo tempo. A calma voltou no domingo (9), depois de quatro dias de manifestações e choques com as forças de segurança.
Em Argel, parte do comércio ficou fechada durante os protestos e os trens pararam de circular. No sábado (8), o governo anunciou a suspensão da cobrança de impostos de importação sobre o açúcar e o óleo de cozinha, na tentativa de conter a subida dos preços.
Edição: Graça Adjuto