Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador do Rio Sérgio Cabral disse hoje (5), que vai negociar com os blocos carnavalescos as exigências na área de segurança e saúde para autorizar os desfiles pela cidade. A declaração foi dada depois que a Associação de Blocos Folia Carioca, cujos associados saem pelas ruas da zona sul, reclamaram das dificuldades para conseguir a permissão da Polícia Militar (PM).
Segundo Cabral, é preciso fazer um acordo que leve em conta o tamanho da organização carnavalesca."A preocupação da área de segurança é dar todo o conforto para aqueles que no momento de folia estejam precisando do atendimento público”, afirmou o governador em relação aos pequenos e grandes blocos, após participar de evento na Cidade de Deus, na zona oeste da cidade.
O Folia Carioca, que representa 18 blocos teve problemas para conseguir com 23º Batalhão de PM, no Leblon, a autorização para o desfile de seus afiliados. Para liberar a autorização, o comando exigiu o cumprimento de uma resolução da Secretaria de Segurança Pública para a realização de eventos na cidade. Para resolver a questão, o presidente Ricardo Rabelo disse que só "uma canetada" do governador excluindo os blocos da norma.
"A resolução exige além das autorizações de vários órgãos, a instalação de torres de observação a cada tantos metros, UTI móveis, coisas impossíveis. Não dá para nivelar os blocos de rua com a realização de grandes eventos como o show da Madona ou dos Rolling Stones", defendeu. " Uma autorização da prefeitura e da polícia resolveria", completou.
Já a presidente da Associação Independente de Bloco de Carnaval de Rua (Sebastiana) Rita Fernandes acredita que não será necessária uma intervenção do governo. Para ela, a situação pode ser resolvida diretamente com a PM. "Há uma precipitação. Em 2010, fizemos reunião com a PM e houve um entendimento de que os blocos não são manifestações de cultura popular".
A presidenta da Sebastiana, organização que reúne 12 blocos, entre eles o Simpatia é Quase Amor, um dos mais tradicionais blocos da zona sul, disse que a dificuldade decorre do fato que, com a recente troca de comando nos batalhões, os novos comandantes ainda não foram "sensibilizados" para o problema. "É uma questão de tempo. O carnaval é em março e tudo vai se acomodar. A PM nunca nos desautorizou e vai nos autorizar", avaliou Rita Fernandes.
Para protestar contra a resolução, a Folia Carioca prepara para o próximo domingo (16) um desfile na Praça Quinze. De acordo com Rabelo, cerca de 30 blocos devem participar.
A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio da assessoria de imprensa, que as normas para realização de eventos foi criada a fim de garantir segurança e tranquilidade para os foliões, sem o problema da falta de policiamento, por exemplo.
Edição: Aécio Amado
