Em balanço dos oito anos de governo, Lula diz que não se arrepende de indicações para o ministério

27/12/2010 - 11h03

Ivan Richard e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Às vésperas de deixar o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (27), em encontro com jornalistas que fazem a cobertura diária das atividades no Palácio do Planalto, que não tem arrependimentos das indicações que fez ao longo dos seus dois mandatos e que as faria novamente se fosse necessário.

“Eu indicaria o mesmo ministério que eu indiquei. Indiquei o que tinha de melhor e que eu poderia indicar”, afirmou Lula, comparando o trabalho do presidente da República ao de um técnico de futebol.

“A gente reclama que o Dunga convocou não sei quem para a seleção, que o Mano Menezes convocou não sei quem, mas a gente convoca quem a gente tem. Todo mundo gostaria de ter 11 Pelés, mas não tem. O importante é que o maestro comande o time”, disse o presidente.

Lula afirmou ainda que ao deixar a Presidência sentirá falta das amizades que fez durante os oito anos de mandato. “É difícil dizer do que mais vou sentir falta. Vou sentir falta da relação de amizades que fiz aqui. Você conhece muita gente, convivi com muita gente, nas viagens você faz muitas amizades, disso vou sentir falta”, afirmou.

Segundo Lula, o pior momento do seu governo ocorreu quando um avião da TAM não conseguiu frear ao pousar e se chocou contra um prédio da empresa ao lado do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Cerca de 200 pessoas morreram no acidente. “Nós fomos condenados à forca e à prisão perpétua em 24 horas. Jogaram nas costas do governo com uma facilidade enorme a culpa pelo acidente da TAM e depois ninguém teve sequer a sensibilidade de pedir desculpas.”

Edição: Juliana Andrade