Empresas aéreas afirmam que não haverá greve, mesmo com o fracasso das negociações

21/12/2010 - 19h48

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mesmo com o fracasso das negociações, as empresas aéreas ainda apostam que a greve do próximo dia 23, antevéspera do Natal, não vai ocorrer. O consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), Odilon Junqueira, disse que haverá negociação com os trabalhadores. “Não se pode deixar a sociedade refém de uma negociação como essa. Não há o menor cabimento em fazer uma greve no dia 23 de dezembro”.

Segundo ele, as companhias aéreas apresentaram uma proposta nova de reajuste de 6,5%. “As empresas, preocupadas com a situação, fizeram a proposta de mudar a data-base para maio, com isso aeronautas e aeroviários teriam um novo reajuste com a variação integral do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], assegurado a partir de 1º de maio. Essa é a posição final das empresas”.

Junqueira garantiu que as empresas estão dispostas a negociar. “Temos a convicção de que nossos funcionários não farão uma paralisação na véspera do Natal, seria uma atitude completamente sem sentido. O Snea continua aberto a negociações e achamos que não é bom para ninguém uma greve no Natal.”

Para o procurador-geral do Ministério Público do Trabalho, Otávio Brito Lopes, a reunião de hoje (21) mostrou uma “boa vontade” das partes em chegar a um acordo. “Há um distanciamento muito grande entre as propostas, tanto das empresas, quanto dos trabalhadores. A posição do Ministério Público é aguardar os acontecimentos e, ocorrendo a greve, a principal preocupação é com a sociedade e como ela será atendida.”

De acordo com Lopes, o Ministério Público vai acompanhar o movimento grevista para garantir a legalidade da paralisação. “Caso ocorra a necessidade de julgamento de alguma medida cautelar, o Ministério Público estará de plantão e o Tribunal Superior do Trabalho, que julga o movimento, tem sempre um ministro de plantão”.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que não participou da reunião, informou que a questão salarial não é de competência da agência. No entanto, a Anac analisa os planos de contingência que as empresas aéreas entregaram para o caso de haver greve na próxima quinta-feira (23).
 

 

Edição: Rivadavia Severo