Da Agência Telam
Buenos Aires - Os Estados Unidos reiteraram hoje (7) que o retorno de Honduras à Organização dos Estados Americanos (OEA) está condicionado à volta de Manuel Zelaya ao país. A informação é do subsecretário norte-americano para a América Latina, Arturo Valenzuela, após encontro com o presidente hondurenho, Porfirio Lobo.
Zelaya foi destituído da Presidência de Honduras no dia 28 de julho de 2009, quando foi preso por militares que obedeciam determinação da Corte Suprema de Justiça. Ainda na Presidência, Zelaya havia proposto um plebiscito para alterar a Constituição local de maneira que ele pudesse concorrer à reeleição. A Constituição hondurenha tem cláusula pétrea que proibe esse tipo de pretensão dos governantes.
O presidente hondurenho, Porfirio Lobo, admitiu que a ausência de Zelaya do país é uma das causas que impedem o retorno de Honduras à OEA. Lobo disse que recebe demandas similares de presidentes sul-americanos e informou que se comprometeu em viajar até a República Dominicana, onde Zelaya está desde 27 de janeiro de 2010. Zelaya afirma que somente voltará a Honduras se forem suspensas as ordens de sua captura e todas as acusações que pesam sobre ele.
Logo depois de falar sobre a situação de Honduras na OEA, Arturo Valenzuela também destacou que os Estados Unidos estão pedindo ao governo hondurenho que melhore a situação dos direitos humanos no país. Uma série de assassinatos de jornalistas e profissionais da área jurídica tem ocorrido em Honduras.
Valenzuela e o presidente Porfirio Lobo admitiram que durante o encontro conversaram sobre os documentos da diplomacia norte-americana vazados pelo site WikiLeaks. Os documentos dizem que a Embaixada dos Estados Unidos em Honduras classificou o golpe de Estado que depôs Zelaya como uma "conspiração" e que a "apropriação do poder por Roberto Micheletti (substituto de Zelaya até a posse do presidente eleito Porfirio Lobo) foi ilegítima".