Unidades de atendimento móvel incentivam população a fazer teste rápido de HIV

01/12/2010 - 9h41

Da Agência Brasil

Brasília - O grupo de lésbicas, gays, bissexuais e travestis (LGBT), desde a descoberta do vírus HIV na década de 80, se mantêm nas estatísticas com maior índice de vulnerabilidade à contaminação da aids, segundo o Ministério da Saúde. Para ajudar na conscientização desse público, foi lançado o Programa Quero Fazer, que tem como objetivo ampliar as opções de diagnóstico da doença, a partir da expansão de serviços de prevenção e de aconselhamento.

Esse público recebe atendimento de três formas: em testes rápidos feitos em unidades móveis; em serviços de acolhimento em organizações não governamentais, no Rio de Janeiro e em Recife, e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) durante horários alternativos.

Em Brasília, a unidade móvel circula em pontos de maior concentração do público LGBT e atua em parceria com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal e Ministério da Saúde, além da Universidade de Brasília (UnB).

Lucier Pereira de Souza é um dos educadores de pares em Brasília. O trabalho dele é abordar as pessoas e fazer o convite para a realização do teste rápido na unidade móvel. O resultado saí em até 30 minutos. Além disso, Lucier distribui folders, panfletos e informativos.

Para ele, o trailer é uma maneira de incentivar o público a fazer o teste, já que muitos se sentem constrangidos ao procurar um centro de atendimento, principalmente o grupo de travestis. “O trabalho tem sido bem aceito, principalmente ao grupo de travestis que se sentem coagidos ao procurar um centro de atendimento ou qualquer outra unidade que faça o teste, pois ainda são vítimas do preconceito sexual”, ressalta.

A psicóloga Regina Cohen é portadora do vírus HIV e atua como conselheira nos trabalhos feitos pelo Quero Fazer. Ela explica que é importante haver um acompanhamento pré e pós-atendimento (nos casos detectados), para que o paciente se sinta acolhido e procure a rede pública de saúde o mais breve possível.

“No momento em que a pessoa descobre ser portadora do vírus HIV, o mundo desaba. O trabalho das conselheiras no trailer, após o teste, é justamente no sentido de fazer com que ela perceba que não está sozinha na luta e que o tratamento e acompanhamento com grupos sociais a levará a uma vida mais saudável”, conclui.

O trailer Quero Fazer, em Brasília, atende uma média de 30 pessoas nos dias em que funciona – às quartas e quintas-feiras, em locais de maior movimento. A equipe é formada por duas assistentes sociais, uma enfermeira, uma assistente de enfermagem e duas duplas de educadores. Comprovada a soropositividade, o grupo oferece encaminhamento à rede pública de saúde.

Números sobre a aids no Brasil e no mundo:

 

Edição: Talita Cavalcante