Da Agência Brasil
Brasília - A capital do Equador, Quito, será a sede permanente da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). A informação foi divulgada ontem (30) pelo ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño, durante coletiva à imprensa na cidade de Quayaquil. De acordo com o chanceler.
Segundo o chanceler, na capital equatoriana serão realizadas as reuniões da Unasul, as cúpulas e os demais eventos. “Claro que os presidentes das nações que compõem o bloco regional podem convocar reuniões em seus respectivos países, mas Quito será sempre a sede". De acordo com Patiño, com a ratificação do tratado constitutivo da Unasul pelo Parlamento do Uruguai, ontem (30), o bloco já tem os nove votos necessários para obter status jurídico internacional.
Antes do Uruguai, os parlamentos da Argentina, do Suriname, da Bolívia, do Chile, do Equador, da Guiana, do Peru e da Venezuela já haviam aprovado o tratado de criação da Unasul. Os parlamentos do Brasil, da Colômbia e do Paraguai ainda não incluíram o tema na pauta de votações. Com a aprovação do tratado constitutivo da Unasul pelo Parlamento uruguaio, o bloco passa a ter status jurídico e poderá ter orçamento, contratar trabalhadores e abrir contas, entre outras ações.
De acordo com o chanceler equatoriano, "o maior problema da Unasul para ajudar o Haiti, por exemplo, foi o fato de o órgão não ter vida jurídica. Fomos ao Banco Interamericano de Desenvolvimento [BID] pedir um empréstimo, mas nos perguntaram: 'A quem vamos emprestar o dinheiro?'", relatou Patiño.
Assim que o Parlamento uruguaio enviar ao Equador o documento oficial aprovando a Unasul, todos os organismos políticos e financeiros - nacionais e internacionais - serão informados sobre a existência jurídica do órgão.
O cargo executivo mais importante do órgão, o de secretário-geral, está vago desde a morte do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, no dia 27 de outubro. Kirchner foi eleito para o cargo durante Cúpula da Unasul realizada em Buenos Aires, em maio deste ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou a possibilidade de ocupar o cargo, depois que seu nome começou a circular como provável candidato.
Edição: Juliana Andrade