Lula defende trabalho diferenciado para desenvolver regiões pobres

01/12/2010 - 17h54

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (1º), durante a entrega do Prêmio Nacional de Desenvolvimento Regional 2010, que se não houver um trabalho diferenciado para estimular o desenvolvimento das regiões mais pobres o Brasil será um país “capenga”, em que os ricos serão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

“Se a gente não trabalhar o desenvolvimento regional para ter todos os brasileiros em igualdade de condições vamos ter o Brasil um pouco capenga. Uma parte sempre melhor e a outra parte sempre pior. E a parte pior da parte pior se dirige para se pior que a parte melhor. Não é à toa o inchaço das grandes metrópoles brasileiras por conta do êxodo que aconteceu na década de 1950”, discursou Lula.

Para exemplificar o crescimento do desenvolvimento regional no Nordeste, Lula brincou dizendo que pelo fato do aumento das oportunidades na região, os nordestinos estão trocando o jegue pelas motos. “Hoje quem vai para o Nordeste percebe a mudança. Estamos com um problema sério de garantir o empreguinho para o jegue porque as pessoas estão trocando o jegue por motocicleta”, brincou Lula.

O presidente também destacou o Programa Luz Para Todos, que, segundo ele, apesar de ser destinado a pessoas de baixa renda, proporciona benefício para todas as classes. “Quando a gente fala do Programa Luz Para Todos muitos dizem que é um programa de pobre e perguntam o que isso interessa para a classe média. Mas interessa porque 80% das pessoas compraram televisão, 69% geladeira, 50% aparelho de som. Imagina o desenvolvimento que isso representa na cidade e na indústria.”

O Prêmio Nacional de Desenvolvimento Regional 2010, que nesta primeira edição, homenageia o economista Celso Furtado, visa a promover a reflexão sobre os aspectos teóricos e práticos do desenvolvimento regional no Brasil, envolvendo o Poder Público e a sociedade civil organizada na discussão e na identificação de medidas concretas para a redução das desigualdades de nível de vida entre as regiões brasileiras e a promoção da equidade no acesso a oportunidades de desenvolvimento.

A primeira colocada, Adriana Reis, recebeu do presidente Lula o diploma correspondente ao prêmio.

Edição: Aécio Amado