Condições de saneamento em Cité Soleil são tão precárias quanto as dos acampamentos

26/11/2010 - 18h08

Vitor Abdala
Enviado Especial da Agência Brasil

Porto Príncipe – Cité Soleil, um dois oito bairros da região metropolitana de Porto Príncipe, capital do Haiti, é lembrado sempre no Brasil como uma área violenta, onde as tropas brasileiras da missão de paz das Nações Unidas (Minustah) enfrentaram intensos confrontos com bandidos, até sua pacificação em 2007. Até hoje, mesmo com a presença permanente de 140 fuzileiros navais brasileiros e paraguaios, é considerada uma área perigosa.

O bairro se parece, na verdade, com as grandes favelas do Brasil, onde as habitações são precárias, as ruas são esburacadas e não existe saneamento básico. O lixo é jogado nas ruas, em terrenos baldios ou nos rios que cortam a área.

Em alguns cursos d´água, não é sequer possível ver a água, de tanto lixo e garrafas plásticas depositadas no leito. Numa viela da localidade de Bois Neuf, uma mulher cozinha sua comida sobre um chão de terra. Em outra rua, uma mulher se agacha e urina no meio da calçada.

O esgoto corre pelas ruas e as tropas brasileiras e paraguaias precisam pular os pequenos córregos de água suja que se formam. Sem calçamento, a poeira é presença constante no ar respirado em Cité Soleil. A situação do bairro se repete em outras áreas pobres de Porto Príncipe, como Delmas e Bel Air.
 

Edição: Lana Cristina