Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
São Paulo - Dois meses após a Petrobras ter ofertado novas ações, em um dos maiores processos de capitalização do mundo e o maior já promovido no país, o presidente da estatal José Sergio Gabrielli refutou as críticas de que, com o aumento da participação acionista do governo, a empresa está mais sujeita a ingerência política.
Ao ser perguntado se não há um limite aceitável para a participação governamental nas estatais, Gabrielli disse que isso é estabelecido em função das regras de mercado, e que não vê qualquer ameaça à gestão comercial da companhia. "Não concordo [com os argumentos de] que a governança das estatais esteja sob risco. As estatais, particularmente a Petrobras, têm uma governança muito estruturada", afirmou.
A venda de ações permitiu a Petrobras obter R$ 120,2 bilhões dos investidores. Já o governo elevou sua participação acionista de 39,8% para 46,9%, o que lhe dá maior poder de voto no Conselho de Administração da empresa, fato que Gabrielli minimizou.
"Por que isso modificaria a governança da Petrobras? O governo já era [acionista] majoritário antes. O que muda em termos de governança, [o governo] passar de cinco para seis membros no conselho? O governo ampliou sua participação na estatal via regras de mercado. Isso foi feito da forma pela qual qualquer investidor poderia fazer, pela aquisição de ações numa oferta pública de sucesso", disse.
Edição: Fernando Fraga