Haitiano que trabalha como tradutor para brasileiros quer fazer faculdade no Brasil

24/11/2010 - 16h34

Vitor Abdala
Enviado Especial

Porto Príncipe – O estudante haitiano Victor Jameser, de 19 anos, não é de falar muito e aparenta timidez. Mas quando fala de sua intenção de mudar para o Brasil daqui a dois anos, para cursar uma faculdade de informática, muda de discurso.

Aluno do ensino médio no Haiti, ele é um dos tradutores que ajudam os militares brasileiros a se comunicar com a população, que predominantemente fala creole, uma variação do francês. “Não quero estudar aqui no Haiti”.

Segundo Jameser, para prosperar no Haiti é preciso mais do que estudo. Na opinião dele, só se conseguem bons empregos se você tiver conhecimentos, tanto em empresas quanto dentro do governo. “É muito difícil arrumar um emprego no Haiti”, conta.

Além da falta de emprego, o jovem diz que seu país sofre com problemas graves nas áreas de educação, saúde, moradia e falta de alimentos. “Em segurança, estamos bem, graças à Minustah [Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti]. Algumas pessoas acabam sendo contra a Minustah, porque eles não entendem que eles estão aqui para ajudar. Eu discordo disso”, conta.

No próximo domingo (28), Victor diz que vai votar pela primeira vez. Ele já escolheu seu candidato e acredita que o seu escolhido conseguirá proporcionar avanços para o Haiti, caso seja eleito.
 

 

Edição: Rivadavia Severo