Criação de piso para policiais precisa considerar desigualdades regionais, defende governador

24/11/2010 - 13h08

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O debate sobre a criação de um piso salarial para policiais militares e bombeiros "deve levar em consideração o pacto federativo", defendeu hoje o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Segundo ele, a questão – estabelecida na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300 – precisa ser analisada dentro de uma visão nacional e levar em consideração as desigualdades entre os estados da Federação.

Eduardo Campos deixou claro que se preocupa com a valorização dos trabalhadores da área de segurança, que segundo ele precisa de melhores qualificação e carreira, mas que as diferenças regionais devem ser consideradas.

“Uma coisa é a realidade fiscal do Amapá. Outra coisa é a realidade fiscal de Pernambuco. Outra é a realidade de São Paulo. Tem que ter um olhar para a diversidade brasileira”, afirmou após encontro em Brasília com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Machado.

Ele defendeu ainda o envolvimento dos governadores eleitos nas últimas eleições, do novo Congresso Nacional e da presidenta eleita Dilma Rousseff no debate. Para ele, deve ser constituído um fundo com o objetivo de assegurar o piso salarial para policiais militares e bombeiros.

“Há estados que sozinhos podem até garantir. Mas em outros é humanamente impossível. São R$ 44 bilhões. Temos que saber quanto vai vir dos estados e quanto vai vir da governo federal e se vai vir. Senão, a gente está discutindo as coisas sem assento na realidade. Uma coisa é desejar e outra é poder”, enfatizou Eduardo Campos. Ele lembrou ainda que o piso salarial para os professores foi definido só após oito anos de discussões.

A PEC 300 está em tramitação na Câmara.

Edição: Talita Cavalcante