Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A série de ataques na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana completa quatro dias hoje (24) e deixa a população em pânico. De acordo com o professor Doriam Borges, pesquisador do Laboratório de Análise de Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a insegurança é ocasionada pela sensação de ausência de controle social.
Para Borges, o apoio federal é importante para os moradores do Rio. “A participação do governo federal, nas ações que estamos vivenciando nesses dias, tem um valor simbólico para a população, no sentido de que temos reforços. Não sei se na prática precisamos de reforço desse tipo, acho que somente na subjetividade da população”, afirmou.
Para o pesquisador, é precipitado afirmar que as ações criminosas são uma resposta às unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). “Eu acho que ainda está um pouco cedo para afirmar isso [retaliação às UPPs], a Secretaria de Segurança ainda está realizando investigações para saber se essas ações são retaliação ou reações a uma política desenvolvida pela Polícia Militar”, disse.
A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública investiga, a partir de denúncias, a possibilidade de criminosos do Complexo do Alemão na Penha, zona norte da cidade, terem se aliando a traficantes de facção rival na Rocinha. De acordo com Borges, seria uma surpresa descobrir a união de facções rivais no Rio, devido a suas constantes disputas por território.
“Se isso for de fato verdade [união entre facções], eu acho uma grande novidade no estado do Rio, considerando o tipo de relação, a forma como o trafico e as facções querem dominar territórios. Seria uma surpresa se as investigações de fato descobrirem que isso é verdade.”
Em decorrência da onda de ataques na cidade, todo o efetivo de policiais militares está de prontidão.
Edição: Juliana Andrade