Daniel Mello*
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Todos os anos, os acidentes de trânsito no Brasil matam cerca de 37 mil pessoas, provocam 120 mil internações e causam um prejuízo de R$ 34 bilhões ao país. Os dados são do Movimento Chega de Acidentes, que juntamente com a Fundação Getulio Vargas (FGV), promoveu hoje (17) um evento para cobrar das autoridades a elaboração de um plano de segurança viária.
Os líderes do movimento, lançado em setembro de 2009, pedem a criação de um programa de metas para melhorar a segurança da mobilidade, prevista no Código Brasileiro de Trânsito, mas que nunca foi implementada. A organização está reunindo assinaturas em sua página na internet para pressionar pela elaboração do plano.
O diretor do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi), José Aurélio Ramalho, que também participou do evento, defendeu, também, o estabelecimentos de planos de segurança no trânsito pelos governos estadual e municipal. De acordo com ele, os programas devem ter “ metas exequíveis para que possam ser acompanhados e cobrados pela sociedade”.
Outra medida importante para reduzir as mortes no trânsito, na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Fabio Racy, é a inclusão de uma disciplina sobre o assunto no currículo escolar. “Ele [o jovem] vai ter uma bagagem para quando for tirar a sua habilitação. Ele vai ser um condutor completamente diferente dos que estamos encontrando por aí”, disse.
O principal problema, segundo Racy, é que os governantes não tratam a questão como prioridade, apesar dos números expressivos de vítimas de acidentes. “Todos que tratam não veem o trânsito com uma grande prioridade. Eles acham que as coisas vai se resolver por si só”.
O evento de hoje está em sintonia com a Assembleia Geral das Nações Unidas que declarou 2011-2020 como a Década de Ações para a Segurança Viária. Na mesma resolução, ficou definido que o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito será sempre no terceiro domingo de novembro.
*Colaborou Ana Luisa Médici, repórter da TV Brasil
Edição: Aécio Amado