Marcos Chagas e Mariana Jungmann
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Com mais de 90% dos votos apurados e com a petista Dilma Rousseff declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a presidente eleita, o líder do DEM na Câmara dos Deputado, Paulo Bornhausen (SC), já fala sobre estratégia da oposição para o próximo governo. “Temos que ser mais oposição durante todo o tempo. Uma democracia só se sustenta com alternância de poder e uma oposição forte, firme e constante.” O senador petista Delcídio Amaral (MS) acha que a base aliada será mais coesa no governo Dilma e que conseguirá fazer a reforma tributária.
Segundo ele, a oposição ao novo governo precisará ter objetivos “claros e consolidados”, corrigindo erros cometidos no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ela tem que ser construtiva, mas não pode ser contemplativa como foi durante boa parte do governo Lula. Tem que fazer uma oposição fiscalizadora e firme, até para evitar que problemas deste governo de ordem ética não sejam agravados no próximo.”
Segundo ele, a diminuição da bancada de oposição nestas eleições não é tão importante, desde que os parlamentares contrários ao novo governo sejam unidos. O deputado declarou ainda forte descrença na possibilidade de uma reforma tributária no governo de Dilma Rousseff. “Se a reforma tributária não foi feita nos oito anos de governo Lula, não será nos próximos quatro anos que acontecerá. O que vai acontecer é mais impostos. Um exemplo: a CSS [Contribuição Social para a Saúde] está para ser criada, aumentando ainda mais os impostos”, disse Bornhausen.
Já o senador petista reeleito por Mato Grosso Delcídio Amaral demonstrou confiança que a reforma aconteça no primeiro ano de governo. “Não tenho dúvida com relação a isso, o momento é o mais favorável possível para se fazer a reforma tributária”, disse Amaral. De acordo com ele, a reforma política, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a consolidação do novo marco regulatório do pré-sal devem ser as prioridades iniciais no Congresso. Para o senador, com o aumento da base aliada ficará mais fácil atingir os objetivos. “A base será muito mais coesa, especialmente no Senado. O desafio agora é continuar trabalhando para aprofundar o que foi feito no governo Lula. Vamos ter que trabalhar duro.”
Edição: João Carlos Rodrigues