Da Agência Brasil
Brasília – A organização da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-16) começou hoje (4), em Tianjin, no Leste da China, uma série de reuniões preliminares sobre o tema para o evento que ocorrerá em novembro, em Cancún, no México. Serão seis dias de debates. Para especialistas, é a oportunidade de se encontrar denominadores comuns e salvar os esforços internacionais por um acordo sobre o clima – fortemente abalados desde a COP-15, a reunião do clima que ocorreu no ano passado, em Copenhague, Dinamarca.
As informações são da agência BBC Brasil. Nos Estados Unidos, há cada vez mais gente defendendo acordos paralelos e legislações nacionais, em vez de um acordo internacional abrangente nos moldes do Protocolo de Quioto, que estabeleceu metas mundiais para a redução de emissão de gases de efeito estufa.
É o efeito estufa que faz com que a Terra não tenha condições de temperatura baixas, desfavoráveis à vida como a conhecemos hoje. Mas cientistas apontam que vários gases, principalmente o dióxido de carbono (gás carbônico), têm sido emitidos acima de um limite aceitável, provocando um aquecimento anormal.
Em Tianjin, negociadores tentarão reduzir o texto negociado na COP-15, que tem mais de 70 páginas. Entre os principais pontos de discórdia estão as metas, a serem cumpridas a partir de 2012, de emissões de gases que intensificam o efeito estufa e as formas de administrar a verba anual de US$ 100 bilhões do fundo de emergência já proposto pelos países ricos.
A secretária executiva da Convenção da ONU sobre o Clima, a costa-riquenha Christiana Figueres, alertou para a urgência das discussões. "Um avanço concreto em Cancún é uma necessidade crucial para restaurar a fé e a capacidade dos envolvidos de levarem o processo adiante, evitando que o multilateralismo seja visto como uma estrada sem fim", disse Figueres, na abertura das discussões em Tianjin.
A COP-15, que começou cercada de expectativas de que seria firmado um acordo que viesse a substituir o Protocolo de Quioto – que expira em 2012 – acabou sem acordo oficial assinado por todos os países.
Apenas as maiores economias – entre elas, o Brasil, a China, Índia, Europa e os Estados Unidos – assinaram uma carta de intenções, que estipula um teto de aquecimento global e prevê um fundo de emergência para países atingidos pelas mudanças climáticas.
Os Estados Unidos, por serem historicamente os maiores poluidores – embora, em números absolutos anuais, tenham sido superados pela China – estão no centro dos principais impasses das negociações. Os norte-americanos não ratificaram o Protocolo de Quioto e defendem a criação de um novo tratado internacional, em vez de uma continuação de Quioto.
Paralelamente, o grupo de países em desenvolvimento apelidado de Basic – Brasil, África do Sul, Índia e China – tomou forma e realizou encontros ao longo do ano, tentando afinar uma posição conjunta.
Edição: Lana Cristina