Gislene Nogueira
Enviada Especial
Oiapoque (AP) – Moradores do Oiapoque, a 430 quilômetros de Macapá, capital do Amapá, reclamam da situação precária que enfrentam no extremo Norte do Brasil. Os eleitores dizem que a cidade tem uma única linha de ônibus de transporte público, um médico no hospital e que a universidade da cidade atende apenas aos indígenas.
A desempregada Leia Pereira de Souza terminou o ensino médio, mas não conseguiu um emprego. Moradora do Oiapoque, ela conta que a dificuldade de arranjar uma vaga não é o único problema.
O Oiapoque só tem uma linha de ônibus regular que liga os distritos e bairros. Quem quiser se deslocar precisa planejar o horário de ir e de voltar. O transporte só passa três vezes por dia: às 6h, às 13h e às 18h.
Leia, que anda pelo centro do Oiapoque de chinelos, conta que a saída é enfrentar o sol quente e caminhar. “Tem muita ladeira, a gente sobe e desce muito. Quando tem que vir ir ao centro, tem que vir a pé mesmo”, afirma.
O comerciante Aélio Rodrigues de Souza diz que as condições de saúde também são precárias. Ele conta que muitos doentes precisam ser levados até a capital Macapá. E, nas situações de emergência, é preciso providenciar um avião porque a estrada é muito ruim.
Aélio acredita que investimentos melhorariam a vida dos moradores. “A gente precisava ter um hospital completo com médicos para fazer cirurgia. Aqui tem apenas um médico para mais de 30 mil habitantes. É difícil. Não tem equipamento apropriado para fazer cirurgia”, complementa.
O estudante Welison Pinheiro cursa o ensino médio na cidade e não sabe o que vai fazer depois que terminar os estudos. Segundo ele, existe um polo da Universidade Federal do Amapá na cidade, mas os moradores não frequentam as aulas. “Apenas a população indígena tem acesso a esse polo. Então, quem quiser fazer faculdade tem que sair do município para procurar uma universidade fora”.
A cozinheira Mara Cavalcanti também reclama do atendimento de saúde, mas tem esperança de que os eleitores do Amapá elejam hoje (3) um governador capaz de minimizar os problemas: “A situação aqui é muito difícil, é muito precária. Mas eu tenho certeza de que a gente vai ter um bom candidato que vai melhorar isso.”
Edição: Juliana Andrade