Governo equatoriano decreta Estado de Exceção por causa da rebelião de policiais e militares

30/09/2010 - 16h30

Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina

Buenos Aires – O governo do Equador acaba de decretar Estado de Exceção no país. Isso significa que as forças armadas passam a cuidar da segurança interna e externa do país. A informação foi transmitida há pouco pela televisão argentina. Também foi confirmado que o presidente Rafael Correa, neste momento, está no hospital da polícia de Quito.

No começo da tarde, Correa dirigiu-se ao Regimento de Quito para tentar um diálogo com os revoltosos, mas foi atingido por gás lacrimogêneo e teve de se refugiar no hospital. Hoje (30), policiais e militares, revoltados contra uma lei proposta por Correa, que pretende reduzir seus salários e benefícios, promoveram uma rebelião na capital, Quito, que se estendeu a Quayaquil e a outras regiões do país.

Segundo informações divulgadas pela TV argentina, que mostra imagens ao vivo direto do Equador, o presidente Correa foi socorrido por seus assessores e teve de usar máscara de oxigênio para recuperar-se. Um dos assessores, na confusão, teve o pé quebrado.

Milhares de cidadãos de Quito estão concentrados na Praça de Armas em apoio a Correa. Políticos e ministros de Estado equatorianos iniciaram discursos em praça pública, pedindo que a população defenda a democracia.

Militares e policiais continuam bloqueando o acesso ao aeroporto da capital equatoriana, que eles fecharam logo no início da rebelião. Escolas e bancos de Quito estão fechados. Segundo a televisão argentina, há informações de que forças militares e policiais dirigem-se ao Congresso, onde a lei proposta pelo presidente Correa será votada.

Em entrevista coletiva concedida em Buenos Aires, o embaixador equatoriano na Argentina, Wellington Sandoval, afirmou que cerca de 800 dos 41 mil policiais do país são responsáveis pela rebelião. "Obviamente", disse, "há interesses políticos por trás disso". Sandoval confirmou o Estado de Excessão decretado pelo governo, informando que as Forças Armadas equatorianas apoiam o presidente. Segundo o embaixador, Correa está bem, mas ainda se encontra sob cuidados médicos, até porque foi submetido recentemente a uma cirurgia na perna.

 

 

Edição: Lana Cristina//A matéria foi alterada para acréscimo de informações