Ao falar de reforma da Previdência, Serra diz que prefere mexer na idade da aposentadoria do que na remuneração

29/09/2010 - 17h36

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Ao falar para uma plateia de servidores públicos, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou hoje (29) que pretende fazer uma reforma na Previdência e que um dos pontos que pode ser considerado é o da idade para a aposentadoria.

"Toda a questão previdenciária eu quero refazer no Brasil de maneira realista, que funcione. Eu prefiro mexer muito mais na idade do que na remuneração. Essa é uma questão importante, mas é algo que temos de examinar com a abertura, para fazer uma coisa séria. Do contrário, nós ficamos com um pé em cada canoa nessa matéria", disse.

Após a palestra, perguntado pelos jornalistas sobre a questão da reforma previdenciária, o candidato disse que o assunto abordado na palestra “foi apenas uma ênfase” e que não estabeleceu nenhum critério sobre o tema, mas defendeu ser “a favor da aposentadoria integral para o funcionalismo público, que também não precisa se aposentar com quarenta e poucos anos, como ocorre em alguns casos”. Segundo ele, “isso [a mudança na idade para a aposentadoria] é coisa para discussão” e será preciso, antes, analisar as leis brasileiras.

Atualmente, no país, as mulheres aposentam-se com 60 anos de idade e os homens com 65 anos. Trabalhadores rurais podem se aposentar com cinco anos a menos: 55 anos para mulheres e 60 anos para homens.

No evento, Serra afirmou ainda que, caso eleito, pretende valorizar os servidores públicos e promover concursos. Para o candidato, é preciso valorizar o funcionário público “por mérito” e não por indicação política ou sindical. “É preciso valorizar o funcionário. Profissionalizá-lo, dar-lhe um bom salário, estabilidade, preparação e qualidade, que já começa a partir do concurso público”, afirmou. Essa preocupação ele também estendeu para as contratações nas agências reguladoras. “Temos que por, na direção dessas agências, também funcionários de carreira das agências”, disse.

O candidato do PSDB defendeu a reforma tributária, mas disse que ela deveria ser realizada de forma “fatiada”. “No caso da reforma tributária, todo mundo tem uma posição diferente. O governo [precisa] ter uma posição unificada e não se precisa mexer em tudo na Constituição. Pode-se fazer por leis. E é preciso aprovar e perseguir objetivo por objetivo, ir pegando um, pegando outro e não querer fazer tudo ao mesmo tempo”, afirmou.

 

Edição: Aécio Amado