Congresso ibero-americano vai propor metas para estimular aleitamento materno

28/09/2010 - 15h15

Da Agência Brasil

Brasília – Os participantes do 1º Congresso Ibero-Americano de Banco de Leite Humano deverão elaborar um documento com propostas para o desenvolvimento de políticas relacionadas ao aleitamento materno a serem implementadas no prazo de cinco anos. Em 2015, o grupo se reunirá novamente para avaliar as ações realizadas.

O encontro começou hoje (28) em Brasília e termina na próxima quinta-feira (30), com a participação de representantes de entidades do ramo da saúde e da ciência de 22 países. O objetivo é discutir desafios e propor soluções para os bancos de leites no Brasil e no mundo.

Durante o congresso, será feito um balanço sobre as ações propostas na carta-compromisso assinada em 2005. De acordo com o coordenador do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal do Ministério da Saúde, Adson França, o encontro é importante para a reflexão sobre as medidas já implementadas e para a discussão de novas estratégias que ajudem a reduzir os índices de mortalidade infantil.

“O desafio principal do encontro é discutir novas metas para a diminuição da mortalidade infantil, incentivar a criação de bancos de leite, e debater a importância desse alimento para o desenvolvimento das crianças.”

Adson França destacou a importância de as crianças e as mães terem acesso a políticas assistenciais não apenas antes do parto, mas também depois do nascimento do bebê. Ele lembrou que esse atendimento reduz a mortalidade infantil e os riscos de doenças.

De acordo com dados de 2009, no Brasil há 99 unidades de operação com bancos de leite. A maioria delas está no Sudeste – 87. As regiões com menor número são o Sul e o Norte, com 28 e dez unidades, respectivamente. Segundo o engenheiro de alimentos João Aprigio Guerra de Almeida, está prevista a implementação de mais unidades na região amazônica, que ainda sofre com grande número de mortalidade infantil.

O engenheiro destacou que Brasília é um bom exemplo na captação para bancos de leite, a partir de iniciativas desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros. “Brasília é a primeira cidade do mundo que está na condição de autossuficiência nos bancos de leite. É uma trajetória de 30 anos que tem servido de referência para a implantação em outros estados.”

De acordo com a coordenadora da Área de Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani, um dos desafios do Brasil é reduzir a mortalidade infantil. “Apesar dos bons reflexos que o Brasil tem hoje, ainda é preciso melhorar os indicadores. A redução da mortalidade infantil e neonatal não pode faltar nesse cardápio de compromissos para mudar a realidade do aleitamento materno.”

Edição: Juliana Andrade