Em meio a ataques, afegãos vão às urnas para eleger Parlamento

18/09/2010 - 14h05

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em dia marcado por uma série de atentados violentos, eleitores afegãos foram às urnas neste sábado (18)  para eleger seus representantes no Parlamento. As informações são da BBC Brasil e indicam que em meio a ameaças do Talibã (movimento fundamentalista islâmico), o comparecimento às urnas foi baixo.

Seis integrantes das forças de segurança foram mortos em um ataque talibã no Norte do país, e pelo menos mais cinco pessoas morreram em outros atentados. O Talibã assume ter realizado atentados contra pelo menos 150 seções eleitorais.

Militantes do Talibã haviam pedido que os eleitores boicotassem o pleito e "seguissem com a Jihad (guerra santa)". "Planejamos algumas medidas para frustrar esse processo americano e vamos colocá-las em prática no dia em que o processo ilegítimo das eleições acontecer", ameaçou o grupo.

O governador da província de Kandahar, Tooryalai Wesa, disse que seu comboio foi atingido por um explosivo quando ele visitava os locais de votação, mas ninguém ficou ferido. Duas seções eleitorais em Jalalabad foram atacadas e as forças de seguranças trocaram tiros com militantes em três áreas da cidade.

Os extremistas já haviam assumido os sequestros de dois candidatos e de 18 funcionários de seções eleitorais e cabos eleitorais nos meses anteriores à eleição.

Soldados e policiais afegãos passaram o dia em alerta e contaram com o apoio de quase 150 mil soldados estrangeiros.

Esta foi a primeira eleição depois das eleições presidenciais do ano passado. A eleição é vista como um teste de credibilidade para o presidente Hamid Karzai. Mais de 2,5 mil candidatos concorreram a 249 vagas na Câmara Baixa do Parlamento, a Wolesi Jirga.

Depois de votar no centro da capital Cabul, o presidente Hamid Karzai disse esperar que a população não deixasse de votar por causa das ameaças. Ele afirmou que, participando da eleição, os afegãos estariam "levando o país a dar vários passos em direção a um futuro melhor".

Pouco tempo após o fim da votação, começaram a surgir relatos de irregularidades, como a suposta descoberta de falsos títulos de eleitor e de pagamentos de propina. Também há preocupação com a denúncia de que a tinta usada para marcar os dedos de quem já havia votado podia ser lavada, permitindo que os eleitores votassem mais de uma vez.

Os resultados das eleições só devem ser divulgados no fim de outubro.

Edição: Graça Adjuto