Parceria do governo com instituições civis impedirá tráfico de influência, diz Serra

13/09/2010 - 17h39

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O candidato à Presidência da República José Serra, da coligação O Brasil Pode Mais (PSDB, DEM, PPS, PTB e PT do B), disse hoje (13) que, se eleito, vai governar em parceria com instituições civis, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Segundo ele, será uma gestão em defesa da democracia e transparente, que evitará a atuação de esquemas de tráfico de influência e favorecimentos em setores públicos.

Serra participou hoje de um debate promovido pela OAB nacional com os candidatos à Presidência da República. Ele respondeu a uma série de perguntas encaminhadas pelos conselheiros e concentrou-se no tema de reforma política. Amanhã (14) estarão, na seção da ordem no Distrito Federal, os candidatos Marina Silva (PV) e Plínio Sampaio (P-SOL). A assessoria da candidata do PT, Dilma Rousseff, informou que não vai participar do debate.

Depois do debate, Serra afirmou que um governo em parceria com instituições civis, como a OAB, evitará a criação de esquemas de irregularidades, como lobbies no Poder Executivo. O candidato se referiu às informações sobre a suposta existência de um esquema de tráfico de influência ligado à ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra.

“O que aconteceu é gravíssimo [a denúncia em si]”, disse Serra. “[O assunto] deve ser muito bem investigado, inclusive pela imprensa. O que deve ser feito é dar caminho a uma investigação séria. Eu não vou dizer o que eles têm de fazer, mas é abrir o caminho da investigação a sério e não fachada”, disse.

Em relação às suspeitas de irregularidades na violação de sigilos bancários da filha e do genro de Serra, além de integrantes do PSDB, o candidato rebateu o argumento apresentado por Dilma de que ela não tem relação com o episódio. Segundo Dilma, em 2008, quando ocorreu a violação ela não era candidata à Presidência da República.

“É muito importante saber que [isso tudo] está ligado a uma questão político-eleitoral. A ideia de que ela [Dilma Rousseff] não era candidata é hilariante. A Dilma já, desde meados de 2008, começou a campanha ao lado do presidente da República, inclusive quem tocava a Casa Civil na prática era a atual ministra da Casa Civil [Erenice Guerra]”, disse Serra. “Isso até as paredes, o gramado da Esplanada, as lâmpadas da OAB, todo mundo sabe disso”, afirmou.

Edição: Antonio Arrais