Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Representantes de dez ministérios da Cultura de países sul-americanos iniciaram hoje (4), no Rio, a 1ª Reunião Técnica da Diversidade do Mercosul Cultural. O objetivo é discutir uma estratégia de implementação da Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A informação foi dada pelo secretário de Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Américo Córdula. Outra meta, segundo ele, é fazer a integração da América do Sul pela diversidade cultural. O Brasil representa a América do Sul, em segundo mandato, no Comitê Intergovernamental da Convenção da Unesco. “O Brasil tem um papel muito importante porque, desde a época do ministro Gilberto Gil, ele lutou fervorosamente para que houvesse o apoio dos países. E hoje 113 países já ratificaram a convenção”. O instrumento é ratificado nos congressos nacionais e tem força de lei, disse Córdula.
“Todas as secretarias, fundações e políticas têm como marco legal a convenção da Unesco, que a gente ratificou em 2006. Agora, a gente pretende que os estados já comecem a se apropriar dessas políticas, que foram feitas no âmbito federal”.
Realizada dentro do Encontro da Diversidade Cultural – A Independência da Cultura, promovido pelo ministério na Fundição Progresso, a reunião vai traçar estratégias que serão levadas à discussão dos ministros do Mercosul Cultural, que se encontrarão em dezembro deste ano no Brasil. Nessa ocasião, haverá uma resolução conjunta e serão firmados acordos. “Esta aqui é uma reunião técnica. A gente quer saber quais são os projetos de cada país. A gente também está articulando o que deve ser levado para as reuniões do Comitê Intergovernamental da Unesco”, explicou o secretário.
Embora não se possa estabelecer uma diretriz única para manifestações culturais diversas, Córdula afirmou que “o que a gente quer, principalmente, é integrar a América do Sul. O Mercosul Cultural quer justamente permitir que grupos e manifestações culturais possam circular pelo continente”.
A criação de um selo cultural que facilite a passagem dos grupos artísticos pelas aduanas, bem como de exposições, é um dos projetos em estudo. O secretário citou o caso de grupos indígenas. Na América do Sul, existem cerca de 250 mil índios guaranis, espalhados pela Bolívia, pelo Brasil, o Paraguai e a Argentina. “Eles querem circular”.
Córdula disse que a reunião técnica vai discutir “as identidades da América do Sul, a partir dessa ótica, para que a gente possa cada vez mais se reconhecer no outro e fortalecer o bloco”. Como os blocos europeu e asiático são bastante fortes na convenção, ele ressaltou a necessidade de se consolidar o bloco sul-americano, “com as dinâmicas necessárias para a promoção e a preservação da diversidade desses processos culturais”. A reunião do Mercosul Cultural se estenderá até segunda-feira (6).
Edição: Graça Adjuto
