Conflitos agrários caem 31,7% no primeiro semestre do ano

02/09/2010 - 20h04

Danilo Macedo

Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - A atuação da Justiça, a forma como os meios de comunicação noticiam os fatos que envolvem os movimentos de luta por reforma agrária e as eleições são as principais causas, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que levaram à diminuição dos conflitos por terra neste ano. Levantamento divulgado ontem (1°) pela organização mostra que o número de ocorrências em todo o país caiu de 325, no primeiro semestre de 2009, para 222 no mesmo período de 2010, uma redução de mais de 31,7%.

 

Para o integrante da coordenação nacional da CPT Dirceu Fumafali, em ano eleitoral os movimentos se reúnem para discutir a conjuntura nacional, o que diminui sua atuação no período. “O cenário político faz com que os movimentos tenham que definir suas táticas” explicando a atuação menor neste período.

 

Fumagali explicou, no entanto, que além da causa temporal, a queda também pode ser uma tendência. “Se o Judiciário continuar criminalizando os movimentos de luta pela terra e a mídia desconstruindo a solidariedade da sociedade pela reforma agrária, é claro que isso pode se consolidar”, afirmou.

 

O juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marcelo Barthe, disse, no entanto, que a “postura mais proativa” da Justiça, desde que o conselho criou o Fórum de Assuntos Fundiários, em maio de 2009, abriu espaço para a pacificação, sem criminalizar os movimentos ligados à reforma agrária.

 

“Trabalhamos com a intenção de abrir espaço para o diálogo, na mediação de conflitos, tentando sempre conciliar as partes. Não se apontou a criminalização dos movimentos”, afirmou Barthe, que é coordenador do comitê executivo do fórum.

 

Edição: João Carlos Rodrigues