Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Sobrevivente da chacina que matou 72 imigrantes no México, o equatoriano Freddy Pomavilla Lala, chegou hoje (30) ao Equador e terá segurança especial. A testemunha do massacre deixou o México em um avião emprestado pelo governo equatoriano e contou com assistência médica. As informações são do Ministério das Relações Exteriores do Equador. De acordo com as autoridades, o estado de saúde da testemunha é estável.
O presidente do México, Felipe Calderón, ofereceu a Lala para ficar em território mexicano, mas a testemunha preferiu retornar para o Equador. As negociações foram conduzidas pelo ministro das Relações Exteriores do Equator, Ricardo Patiño.
Das 72 vítimas, 41 ainda aguardam identificação. Dos corpos já identificados, 14 são hondurenhos, 12 são de El Salvador e quatro da Guatemala. De acordo com Lala, os 58 homens e as 14 mulheres viajavam a caminho dos Estados Unidos, quando foram sequestrados pelo grupo de criminosos e mortos a tiros. Eles haviam se recusado a trabalhar para os sequestradores.
O presidente do Equador, Rafael Correa, determinou que o ministro de Coordenação para a Segurança, Miguel Carvajal, acompanhe a identificação dos corpos. No caso das famílias que suspeitam que há parentes entre as vítimas, Carajal colocou um telefone à disposição (022 403088). O ministro reiterou que o ideal é “migrar apenas em condições legais”, do contrário, disse ele “é muito perigoso”.
Há cerca de uma semana foram encontrados os corpos dos 72 imigrantes. As vítimas foram amordaçadas, tiveram as mãos e os pés amarrados, além dos olhos vendados antes do assassinato. Todas foram colocadas de costas para as paredes. Os corpos foram encontrados em uma fazenda, próxima à cidade de San Fernando, no estado de Tamaulipas. O local é considerado um dos mais perigosos no México.
Edição: Rivadavia Severo