Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O diretor de cinema Felipe Barbosa sempre se dedicou a estudar e a trabalhar com ficção. Essa formação o levou a escolher um personagem que vive uma fantasia como tema de seu primeiro documentário. “Ela vive em um mundo praticamente fictício. Acho que tanto realisticamente quanto metaforicamente, é isso”, contou a respeito de Laura, a imigrante brasileira que mora em Nova York e que é a estrela da obra de Barbosa.
Laura vive com pouco dinheiro em um edifício onde residem outros imigrantes latinos. Apesar disso, ela consegue ter acesso às badaladas festas e pré-estreias de filmes de Hollywood. Sua história foi contada em um das películas incluídas no projeto DocTV América Latina 2. Os documentários do projeto começam a ser exibidos pela TV Brasil amanhã (19), às 23h.
A inciativa é uma parceria da TV Brasil, TV Cultura, da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, além de emissoras públicas e órgãos de incentivo à produção cultural de outros 13 países latino-americanos: da Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, de Cuba, do Chile, Equador, México, Panamá, Peru, de Porto Rico, do Uruguai e da Venezuela.
Os projetos ganhadores do edital do DocTV recebem US$ 70 mil e capacitação em oficinas promovidas pelo programa. A maior parte dos recursos vem de um fundo formado pelas entidades representantes do setor de audiovisual dos países participantes e o restante das emissoras públicas.
“Cada TV pública paga US$ 20 mil e recebe 14 documentários. É um projeto diferenciado, que garante que a produção independente tenha desde as oficinas para a melhoria dos seus projetos até o dinheiro de produção e a exibição em todo o Continente Latino-Americano”, explicou o diretor de Produção Independente da TV Cultura, Wagner La-Bella.
O intercâmbio cultural entre as 14 nacionalidades integrantes do projeto foi outro benefício ressaltado por La-Bella. “É um meio de a gente conseguir mostrar em todos esses países a diversidade cultural da América Latina, que é riquíssima. São histórias que, às vezes, nem dentro do próprio país se conhece, quanto mais no continente”.
O diretor-geral da TV Brasil, Paulo Rufino, destacou que políticas de fomento à cultura são fundamentais para a sobrevivência da produção independente. “A produção independente vive cada vez mais como resultado de políticas públicas criadas para o setor e vem crescendo bastante nessa última década”, disse ele, durante o lançamento do DocTV, ontem (17) à noite.
Edição: Graça Adjuto