Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – No dia em que o governo brasileiro acatou as sanções impostas ao Irã pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a candidata à Presidência da República, Marina Silva (PV), criticou o Estado iraniano e disse que o Brasil deu uma atenção excessiva aquele país.
“O Brasil seguiu a tradição, de assinar o que é decidido por voto de maioria no Conselho de Segurança da ONU. Eu tenho dito que é preciso que a gente tenha uma visão de negociação, mas, no caso do Irã, o Brasil deu audiência desnecessária para um governo que desrespeita os direitos humanos, que tem como objetivo construir a bomba atômica – e que tem sinalizado isso historicamente – e não se dispõe a quebrar esse paradigma”.
Marina também comentou os índices divulgados ontem (9) pelo Ministério do Meio Ambiente, que apontam redução de 49% no desmatamento da Amazônia, entre agosto de 2009 e junho deste ano.
“O desmatamento cai hoje graças ao plano de combate que foi feito em 2004, durante minha gestão [de ministra do Meio Ambiente], que foi um plano inovador, envolvendo 13 ministérios, fazendo um trabalho conjunto com os estados”.
Ainda falando sobre meio ambiente, ela criticou o plano do governo federal de repavimentar a BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho.
“Tem que se obedecer ao plano de desenvolvimento sustentável da região. A BR-319 liga o estado de Rondônia ao estado do Amazonas e, no meu entendimento, não há necessidade do trecho de 400 quilômetros, em floresta virgem. Nas cabeças da estrada, em lugar que já está edificado, não tem problema fazer a recuperação”.
A BR-319 foi construída em 1973. Com o passar dos anos o asfalto foi destruído e hoje a maior parte da estrada é de terra, tornando praticamente inviável a travessia, principalmente em período de chuva.
O candidato José Serra (PSDB) cumpriu agenda hoje (10) em São Paulo e a candidata Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais.
Edição: Rivadavia Severo